RESUMO Antecedentes: Atualmente, a pressão arterial ideal durante a trombectomia mecânica em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo não é clara. Objetivo: Investigar o comportamento da pressão arterial durante a trombectomia mecânica em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo e sua relação com os medicamentos utilizados para sedação ou anestesia geral. Adicionalmente, investigar a associação entre a oscilação da pressão arterial durante a trombectomia mecânica e a capacidade de recanalização, além do status funcional no momento da alta hospitalar. Métodos: Avaliação de pacientes tratados com trombectomia mecânica por acidente vascular cerebral isquêmico agudo em um hospital terciário de dezembro/2009 a dezembro/2015. Valores máximos, mínimos e médios da pressão arterial sistólica, pressão diastólica e pressão arterial média foram coletados durante o procedimento. Drogas sedativas utilizadas também foram revisadas. Resultados: Um total de 53 pacientes com idade média de 71,9 anos (60,4% homens) foram tratados com trombectomia mecânica. A redução média da pressão arterial sistólica e da pressão arterial média desde a internação até a trombectomia mecânica foi respectivamente de 42 mmHg e 36 mmHg. Durante o procedimento, as oscilações da pressão arterial foram de 50,4 mmHg para pressão sistólica e 33,2 mmHg para pressão diastólica. Os pacientes tratados com bloqueadores neuromusculares apresentaram uma tendência a maior oscilação da pressão arterial sistólica desde a internação até o procedimento (51,1 mmHg versus 26,2 mmHg, P = 0,06). O uso de cisatracúrio (43,9 mmHg versus 29,6 mmHg, P = 0,02) e succinilcolina (44,7 mmHg versus 29,3 mmHg, P = 0,01) foram associados a uma queda significativa da pressão arterial durante o procedimento. Conclusões: Durante a trombectomia mecânica ocorre oscilação significativa da pressão arterial. Os medicamentos usados para sedação consciente ou anestesia geral, especificamente bloqueadores neuromusculares, podem ter influência nos níveis de pressão arterial.
ABSTRACT Background: The optimal blood pressure (BP) during mechanical thrombectomy for acute ischemic stroke is currently unclear. Objective: To investigate BP behavior during mechanical thrombectomy in patients with acute ischemic stroke and its relationship with drugs used for sedation or general anesthesia. Additionally, we investigated the association between BP oscillation during mechanical thrombectomy and recanalization status, and with functional outcome at discharge. Methods: Consecutive patients treated with mechanical thrombectomy for acute ischemic stroke were evaluated in a tertiary hospital from December/2009 to December/2015. Maximum, minimum, and mean systolic and diastolic BP, and mean arterial pressures were collected during the procedure. Sedative drugs were also reviewed. Results: Fifty-three patients with a mean age of 71.9 years (60.4% men) were treated with mechanical thrombectomy. The mean reduction in systolic BP and mean arterial pressure from hospital admission to mechanical thrombectomy were respectively 42 and 36 mmHg. During the procedure, oscillations were 50.4 mmHg for systolic, and 33.2 mmHg for diastolic BP. Patients treated with neuromuscular blocking drugs had more oscillation in systolic BP from hospital admission to procedure (51.1 versus 26.2 mmHg, P=0.06). The use of cisatracurium (43.9 versus 29.6 mmHg, P=0.02) and succinylcholine (44.7 versus 29.3 mmHg, P=0.01) were associated with a significant drop in BP during the procedure. Conclusions: Significant BP oscillation occurs during mechanical thrombectomy. Drugs used for conscious sedation or general anesthesia, specifically neuromuscular blocking agents, might have an influence upon BP levels.