Resumo O objetivo do estudo foi demonstrar validade de face com uma nova matriz destinada a maximizar a equidade nos sistemas de agendamento odontológico. O estudo foi realizado em 2014, no qual participaram 11 dentistas com experiência de trabalho na rede básica de saúde da região sul do Brasil, utilizando a técnica de grupo de consenso em três rodadas de discussão. Primeiro, os participantes chegaram ao consenso quanto aos itens que deveriam estar presentes em uma escala de classificação diagnóstica de 5 níveis. Identificaram 21 condições clínicas de saúde bucal e as categorizaram conforme a intervenção necessária. A seguir, os participantes descreveram as cargas de trabalho e os padrões de atividade recomendados para a equipe odontológica realizar promoção da saúde, prevenção de doenças bucais, tratamento odontológico, reabilitação dentária, e atendimento odontológico de urgência. Por último, os dentistas chegaram ao consenso sobre tempos máximos de espera para atendimento odontológico na rede básica, estabelecendo prazos de 2 até 365 dias conforme a classificação diagnóstica atribuída. Este estudo demonstrou o potencial da matriz de alocação de recursos para promover acesso mais equitativo aos serviços odontológicos da rede básica, uma vez que classificações diagnósticas iguais compartilham os mesmos prazos de espera para o atendimento odontológico requerido.
Abstract The objective of this study was to demonstrate face validity with a novel resource allocation framework designed to maximize equity into dental booking systems. The study was carried out in 2014. Eleven experts in primary dental care practice in Southern Brazil participated, using a three-round consensus group technique. First, the experts reached consensus on the items to be included in a 5-level diagnostic scale. They identified 21 clinical conditions and categorized them according to the oral health intervention required. Then, they described workload and activity standards for dental staff to carry out health promotion, oral disease prevention, dental treatment, dental rehabilitation, and urgent dental care. Finally, they agreed upon a set of wait times for primary dental care, establishing maximum waits from 2 to 365 days, according to the diagnostic classification. The framework demonstrated potential ability to promote more equitable access to primary dental services, since equal diagnostic classifications share the same waiting times for the dental care they require.