OBJETIVO: Verificar os medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados por pacientes que procuram atendimento em hospital público terciário, avaliando o impacto das diretrizes de atendimento (consensos) e custo de aquisição. MÉTODOS: Foram selecionados 141 pacientes (101 do sexo feminino) de 40 a 72 (média 53,3) anos, que procuraram de forma espontânea, atendimento em hospital terciário, com diagnóstico prévio de hipertensão arterial feito por médico e ausência de queixas relacionadas ao aparelho cardiovascular. RESULTADOS: Verificou-se que 75,9% (n=107) estavam em uso diário de anti-hipertensivos, sendo 60,7% (n=86) em monoterapia e os demais em terapia mista. Os medicamentos mais empregados em monoterapia eram: tiazídicos, metildopa, inibidores da ECA, bloqueadores de canal de cálcio e betabloqueadores. A combinação com tiazídicos (26,3% do total) seguiu a mesma preferência. O segundo medicamento mais prescrito, metildopa, era o de maior custo. Metade dos pacientes adquiriu os medicamentos por compra direta. CONCLUSÃO: Observou-se maior utilização de anti-hipertensivos de alto custo, conduta discordante das principais diretrizes das sociedades médicas, sobretudo do V-JNC, que preconizou tiazídicos e betabloqueadores, como anti-hipertensivos de primeira escolha em hipertensos sem complicações ou condições associadas.
PURPOSE: To study the most prescribed anti-hypertensive drugs, evaluating their agreement with established guidelines and drug cost. METHODS: One hundred and forty one (101 women, mean age = 53.3 years) hypertensive patients who searched spontaneous attention were interviewed in a tertiary-care hospital. The inclusion criteria were previous diagnosis of hypertension and non cardiovascular complaints. RESULTS: The majority of the 107 (75.9%) patients were on medical treatment. In those receiving monotherapy, thiazides were the most utilized drugs, followed by methyldopa, ACE inhibitors, calcium channel-blockers, and beta-blockers. The association with thiazides (26.3%) followed the same preference. The second most prescribed drug, methyldopa, was the more expensive. Fifty percent of the patients purchased the drugs at their own expense. CONCLUSION: A preference for prescription of expensive drugs for hypertension was detected in this sample in Brazil. This does not agree with major guidelines, mainly the V-JNC, which suggest thiazides and betablockers as first choice drugs for hypertensives with no complications or associated comorbidity.