Se evaluó la situación de algunas helmintiasis intestinales entre los indios piaroa, del Estado Amazonas, Venezuela, una sociedad cuyos patrones de vivienda y asentamiento han cambiado en años recientes. Se compararon comunidades que habitan dos tipos de vivienda diferentes; aquellas con residencia principal de paredes de barro, techo de paja y piso de tierra (vivienda indígena), situadas río arriba y consideradas como menos aculturadas, contra aquellas comunidades con viviendas de paredes de bloque, techo de zinc y piso de cemento (vivienda occidental), situadas a orilla de carretera o río abajo, y consideradas como más aculturadas. Una muestra de heces de cada individuo fue recolectada en cada comunidad y conservada en solución de Raillet y Henry para análisis posterior. Se encontró mayor frecuencia de individuos parasitados por Anquilostomos asociada al tipo de vivienda indígena, pero con bajos niveles de infección. Para A. lumbricoides no se encontró asociación entre tipo de vivienda y presencia del parásito; sin embargo, niveles bajos de infección se asocian al tipo de vivienda indígena. No se encontró asociación entre tipo de vivienda y presencia de T. trichiura. Los habitantes de viviendas tipo occidental presentan mayores cargas parasitarias, indistintamente del helminto. A mayor tamaño de la comunidad aumentan las cargas parasitarias y el número de personas infestadas. Los resultados indican que la introducción de cambios en hábitos y costumbres, no acompañados de los hábitos necesarios para su manejo, favorece la transmisión de infecciones parasitarias.
The situation of some intestinal helminthiasis was investigated among the Piaroa indians from the Amazonas State, Venezuela, a group whose settlement and spatial occupation patterns have changed in recent years. Communities of this ethnic group with two different housing types and settlement sizes were compared. A set of smaller, less-acculturated communities with houses made of mud walls, palm thatch roof and dirt floor (indigenous housing type), located in an upriver region was compared to a set of larger, more-acculturated communities with houses made of cement-block walls, zinc roof and poured cement floor (western housing type) located in downriver areas or along roadways. In each community, one fecal sample was collected from each dweller and kept in Raillet & Henry´s solution for analysis. In the case of hookworms higher frequencies of parasitized individuals were found associated with the indigenous housing type, but with low infection levels. For A. lumbricoides no association was found between housing type and presence of the parasite; however, low infection levels are associated to the indigenous housing type. For T. trichiura there was no association between housing type and this helminth. Individuals who inhabit the western housing type present higher parasitic loads independently of the helminth species. With larger community size the parasitic load increases, as do the number of infected people. The results indicate that changes in traditional lifestyle and settlement patterns, unaccompanied by the adequate habits, exacerbate the transmission of parasitic infections.
Avaliou-se a situação de algumas helmintíase intestinais entre os índios piaroa, do Estado Amazonas, Venezuela, uma sociedade cujos padrões de moradia e assentamento tem mudado em anos recentes. Compararam-se comunidades que habitam dois tipos de moradia diferentes; aquelas onde a residência principal tem paredes de barro, teto de palha e piso de terra (moradia indígena), localizadas rio acima em "el Cuao" e consideradas como menos aculturadas, contra aquelas comunidades cujas moradias são de paredes de alvenaria, teto de zinco e piso de cimento (moradia ocidental), observando-se a existência de algumas moradias do primeiro tipo atrás das de cimento, situadas na beira da estrada ou rio abaixo, e consideradas como más aculturadas. Uma amostra de fezes de cada indivíduo foi recolhida em cada comunidade e conservada em solução de Raillet e Henry para análise posterior. Encontrou-se maior freqüência de indivíduos parasitados por Anquilostomos associada ao tipo de moradia indígena, mas com baixos níveis de infecção. Para A. lombricóides não se encontrou associação entre tipo de moradia e presença do parasito; no entanto, níveis baixos de infecção se associam ao tipo de moradia indígena. Não se encontrou associação entre tipo de moradia e presença de T. trichiura. Os habitantes de moradias tipo ocidental apresentam maiores cargas parasitárias, indistintamente do helminto. Quanto maior o tamanho da comunidade aumentam as cargas parasitárias e o número de pessoas infestadas. Os resultados indicam que a introdução de mudanças em hábitos e costumes, não acompanhados dos hábitos necessários para sua manipulação, favorece a transmissão de infecções parasitárias.