No âmbito de uma lexicologia comparativa onomasiológica, e com base em um esquema ontológico que define o tipo de eventividade associado a RAIN (chuva, chover) como uma atividade moldada por expoente, as palavras para RAIN em duas línguas germânicas e duas línguas românicas são comparadas com respeito à sua variação semântica e sintática. Observa-se que as formas germânicas são mais flexíveis que as formas românicas. O item lexical rain, do inglês, apresenta a maior variação. Ele pode ser usado com oito valências diferentes, uma nominal e sete verbais, e com cinco sentidos diferentes, sendo o único que apresenta uma valência que combina um sujeito expletivo com um objeto cognato, assim como um sentido de eventividade causativizada. Por outro lado, somente o item lexical regnen, do alemão, apresenta um sentido resultativo. As línguas românicas também apresentam alguma variação interna. O verbo espanhol llover, ao possibilitar uma construção impessoal com um sentido generalizado e uma construção indicativa de origem, é ligeiramente mais flexível que o verbo italiano piovere. Finalmente, é apresentada uma análise dos dados pela Teoria da Otimalidade, com base em três princípios: evite falhas de ligação, evite heterogeneidade de padrões sintáticos e evite redundância.
Based on an ontological frame for comparative onomasiological lexicology which embeds the RAIN eventity type as an exponent-shaped activity into a general linguistic ontology as well as an ontology of motion, the words for RAIN in two Germanic and two Romance languages are compared with respect to their semantic and syntactic variability. It turns out that the Germanic forms are more flexible than the Romance forms. English rain has the highest variability: It can be used with eight valencies, a nominal and seven verbal ones, and with five different meanings, and it is the only one to display a valence that combines an expletive subject with a cognate object as well as a causativized eventity meaning. On the other hand only German regnen has a resultativized meaning. The Romance languages too show some internal variance: In allowing both an impersonal construction with a generalized meaning and a source construction, Spanish llover is slightly more flexible than Italian piovere. Finally, an Optimality Theoretic account of the data is adumbrated in terms of three principles: Avoid linking mismatches, Avoid heterogeneity of sentence patterns, and Avoid redundancy.