Resumo: Em Suplicantes, uma das mais políticas tragédias de Eurípides, é produzida uma aproximação surpreendente entre o mundo do mito e o do espectador. Embora Teseu, seu protagonista, seja representado como um “rei democrático”, nela não está presente uma cena que possa ser equiparada à experiência da mais típica instituição da democracia ateniense, a deliberação coletiva definidora da assembleia aberta a todos os cidadãos. Todavia, em diferentes momentos do primeiro episódio, chega-se bastante perto. Assim, o objetivo deste texto é discutir como essa tragédia representa formas de deliberação e consenso, para o que se investigam os meandros de dois cenários que levam a uma política de guerra de ataque desenvolvidos no drama, um em Argos, outro, em Atenas.
Abstract: In Supplices, one of Euripides' most political tragedies, a surprising approximation between the world of myth and that of the spectator is produced. Although Theseus, its protagonist, is represented as a “democratic king”, it does not present a scene that can be compared to the experience of the most typical institution of Athenian democracy, the collective deliberation that defines the assembly open to all citizens. However, at different times in the first episode, it comes pretty close. Thus, the aim of this paper is to discuss how this tragedy represents forms of deliberation and consensus, and so it investigates the intricacies of two scenarios that lead to an attack war policy developed in the drama, one in Argos, the other in Athens.