Os benefícios da cooperação interorganizacional têm sido pesquisados extensivamente pelos teóricos organizacionais, mas poucos estudos focam casos de fracasso. Apesar do grande número de redes de empresas bem-sucedidas, muitas também enfrentam dificuldades na organização e na gestão da cooperação, encerrando suas atividades sem atingir os objetivos propostos. Este artigo apresenta um caso de fracasso de uma rede de empresas do segmento supermercadista, à luz de estudos de Park e Ungson (2001), Jarillo (1988), Khanna, Gulati e Nohria (1998) e Brouthers, Brouthers e Wilkinson (1995) sobre as dificuldades na cooperação empresarial. Por meio de entrevistas em profundidade com a diretoria da rede, com empresários participantes e com a consultora que apoiou a criação da rede, identificaram-se os principais fatores que contribuíram para que a rede fosse encerrada sem atingir os resultados esperados. Os fatores foram divididos em dois grupos: pré-formalização da rede, como o perfil e a escolha dos participantes, o número de participantes da rede e a definição do momento para lançamento da rede; e pós-formalização da rede, que inclui aspectos como o surgimento de desajustes estratégicos, a perda de apoio do programa público e a falta de maturidade do grupo, que enfrentou dificuldades para gerenciar o processo de cooperação sem apoio externo. Como implicação teórica, o estudo apresenta fatores pouco explorados pela literatura e que podem levar ao fracasso da cooperação, como o número reduzido de empresas, o momento inadequado de lançamento da rede e a imaturidade do grupo. O conjunto de elementos identificado também tem implicações gerenciais: empresários e gestores de redes devem analisar cuidadosamente o perfil e o alinhamento estratégico das empresas ao constituírem a rede, a fim de evitar que eventuais diferenças se tornem um problema depois que a rede já está constituída.
The benefits of interorganizational cooperation have been studied extensively by organizational theorists, but few studies focus on failure cases. Despite the large number of successful business networks, many also face difficulties in the organization and management of cooperation, closing their activities without achieving the proposed objectives. This paper presents a case of a failed business network in the supermarket sector. The work has been done in light of the studies of Park and Ungson (2001), Jarillo (1988), Khanna, Gulati and Nohria (1998) and Brouthers, Brouthers and Wilkinson (1995) concerning the difficulties in business cooperation. Through in-depth interviews with the network board directors, with entrepreneurs and with the consulting that supported the network creation, we identified the main factors that contributed to the network failure without reaching the expected results. The factors were divided into two groups: pre-formalization factors of the network, such as profile and selection of participants, the number of participants and the definition of the moment to launch the network; post-formalization factors of the network, including aspects such as the emergence of strategic misfits, the loss of support from the public program and the lack of maturity of the group, who struggled to manage the process of cooperation without external support. As a theoretical implication the study shows some factors little explored in the literature and that can lead to failure of cooperation, as the small number of firms, the wrong time to launch the business network and the group immaturity. The set of elements identified also have managerial implications: business managers and network managers should carefully analyze the profile and strategic alignment of firms setting up the network, avoiding any differences become a problem after the network is already established.
Los beneficios de la cooperación entre organizaciones han sido investigados en profundidad por los teóricos de las organizaciones, pero pocos estudios se centran en los casos de fracaso. A pesar del número de redes de empresas exitosas, muchas de ellas también enfrentan dificultades en organizar y administrar la cooperación, cerrando sus puertas, sin lograr los objetivos propuestos. Este artículo presenta un caso de falla de una red de empresas en el segmento de supermercados, llevando en consideración los estudios realizados por Park y Ungson (2001), Jarillo (1988), Khanna, Gulati y Nohria (1998) y Brouthers, Brouthers y Wilkinson (1995) sobre las dificultades en la cooperación empresarial. A través de entrevistas en profundidad con los directivos de la red, con las empresas participantes y el consultor que apoyó la creación de la red, fueron identificados los principales factores que contribuyeron con el cierre de la red sin alcanzar los resultados esperados. Los factores se dividieron en dos grupos: factores anteriores a la formalización de la red, tales como el perfil y la elección de los participantes, el número de participantes en la red y establecer el tiempo de despliegue de la red, y los factores posteriores a la formalización de la red, incluyendo aspectos tales como aparición de desequilibrios estratégicos, la pérdida de apoyo público para el programa y la falta de madurez del grupo, que ha luchado para gestionar el proceso de cooperación sin apoyo externo. Como implicaciones teóricas, el estudio presenta factores poco explorados en la literatura y que pueden llevar al fracaso de la cooperación, como el pequeño número de empresas, un mal momento para lanzar la red y la falta de madurez del grupo. El conjunto de elementos identificados también tiene implicaciones en la gestión: los gerentes y administradores de red deben revisar cuidadosamente el alineamiento y el perfil estratégico de las empresas para la creación de la red, evitando cualquier diferencia que pueda convertirse en un problema después de que la red haya sido establecida.