Resumo De que modo se reconfiguram lealdades e narrativas de heroísmo diante de rupturas e reflexões de ex-militantes armados que reconhecem seus crimes? Como interagem em suas comunidades as diversas partes envolvidas, direta ou indiretamente, nos conflitos? Este artigo analisa as narrativas e as emoções em tensão em torno das figuras de ex-militantes do ETA que abandonaram esta organização a partir de uma ruptura crítica com seus próprios atos de violência, declarando-se dissidentes. Como parte disto, decidiram reunir-se com os familiares das vítimas que geraram, assumir responsabilidades civis e, o principal, tornar pública sua ruptura. Contudo, estes movimentos tiveram ressonâncias conflituosas entre seus próximos, vizinhos e meios de comunicação, que leram tais dissidências como arrependimentos ou traições. O texto baseia-se em registros etnográficos sobre a situação de revisão de violências realizadas e sofridas no atual processo de paz basco gerido pela Secretaria de Paz e Convivência do governo basco (Espanha).
Abstract How are loyalties and narratives of heroism reconfigured by the ruptures and reflections of former armed militants who recognize their crimes? How do the various parties involved, directly or indirectly, interact in conflicts in their communities? This article analyzes the narratives and emotions in tension around the figure of former ETA militants who left that organization, from a critical break with their own acts of violence, declaring themselves dissidents. As part of that they decided to meet with the relatives of the victims they generated, assume civil responsibilities and, principally, make public their breakup. But those movements had conflicting resonances between their relatives, neighbors and the media that read such dissidences as regrets or betrayals. The text is based on ethnographic records on the current situation of review of violence committed and suffered in the current Basque peace process managed by the Basque government´s Secretariat of Peace and coexistence (Spain)
Resumen ¿Cómo se reconfiguran lealtades y narrativas de heroísmo ante rupturas y reflexiones de ex militantes armados que reconocen sus crímenes? ¿Cómo interaccionan en sus comunidades las diversas partes implicadas, directa o indirectamente, en los conflictos? Este artículo analiza las narrativas y emociones en tensión en torno a la figura de ex militantes de ETA que abandonaron esa organización, a partir de una ruptura crítica con sus propios actos de violencia, declarándose disidentes. Como parte de eso decidieron reunirse con los familiares de las víctimas que generaron, asumir responsabilidades civiles y, lo principal, hacer pública su ruptura. Pero esos movimientos tuvieron resonancias conflictivas entre sus allegados, vecinos y medios de comunicación que leyeron esas disidencias como arrepentimientos o traiciones. El texto se basa en registros etnográficos sobre la situación de revisión de violencias realizadas y sufridas en el actual proceso de paz vasco gestionado por la Secretaría de Paz y convivencia, del Gobierno vasco (España).