A transição para a vida adulta é um momento-chave do curso de vida dos sujeitos. É uma fase marcada por importantes mudanças de status, como a passagem de estudante para trabalhador, de membro dependente de um domicílio para chefe de domicílio, de solteiro para pessoa em união, de filho(a) para pai ou mãe. A partir da aplicação de uma metodologia nova, que mede mudanças na estrutura do curso de vida, desenvolvida por pesquisadores associados à IUSSP, comparou-se a transição para a vida adulta no Brasil em dois momentos, 1970 e 2000, segundo a renda domiciliar per capita, a situação de domicílio e o sexo dos indivíduos. Em síntese, a técnica - conhecida como análise de entropia de combinações de status de coortes sintéticas - consiste em construir índices que combinam a proporção de pessoas em determinada idade que freqüentam escola, trabalham e formaram família, ou não. A partir dos resultados é possível identificar quando a transição para a vida adulta começa e termina, bem como quando atinge um pico. O recurso gráfico permite visualizar que, partindo de idades mais próximas à infância (quando a maioria das pessoas encontra-se em uma combinação de status bem característica: estudante, não trabalha, é membro dependente no domicílio, sem experiência conjugal e sem filhos), em direção à adolescência/juventude, em algum ponto o índice de entropia aumenta significativamente, o que evidencia mudança de status, sinalizando o início da passagem para a vida adulta. O que se explora nesse texto são as desigualdades nos marcos temporais e na extensão da transição para a vida adulta de jovens de diferentes estratos de renda, segundo o sexo.
The transition to adult life is a key phase in young person's life. It is a phase marked by important changes in status, such as the passage from student to worker, from dependent member of a household to the head of a family, from single to married person and from child to parent. By applying a new methodology which measures changes in the structure of a person's life course, developed by researchers associated with IUSSP, the transition to adult life in Brazil in two different periods, 1970 and 2000, was compared. The subjects were classified according to per capita household income, household situation and gender. In synthesis, the technique - known as analysis of entropy of status combinations of synthetic cohorts - consists of constructing indexes that combine the proportion of persons of a given age who attend school, have a job, and have or have not set up a family. Based on the findings, it is possible to identify when the transition to adult life begins and ends, and when it reaches a peak. The graphic resource makes it possible to visualize that, starting from the ages closest to childhood (when most people are located in a very characteristic status combination: student, does not work, is dependent on the household, without conjugal experience and without children), toward adolescence/youth, at some point the entropy index increases significantly. This represents a change in status and is an indication of the beginning of the passage to adult life. This article explores the inequalities in temporal milestones and in the length of the transition to adult life of young people of different income levels, according to gender.
La transición a la vida adulta es un momento clave del curso de vida de los sujetos. Es una fase marcada por importantes cambios de status, como el pasaje de estudiante a trabajador, de miembro dependiente de una familia a jefe de familia, de soltero a persona en unión, de hijo(a) a padre o madre. A partir de la aplicación de una metodología nueva, que mide cambios en la estructura del curso de vida, desarrollada por investigadores asociados a IUSSP, se comparó la transición a la vida adulta en Brasil en dos momentos, 1970 y 2000, según los ingresos domiciliarios per cápita, la situación de familia y el sexo de los individuos. En síntesis, la técnica - conocida como análisis de entropía de combinaciones de status de cohortes sintéticas - consiste en construir índices que combinan la proporción de personas de determinada edad que frecuentan la escuela, trabajan y formaron familia, o no. A partir de los resultados es posible identificar cuando la transición a la vida adulta comienza y termina, así como cuando alcanza un pico. El recurso gráfico permite visualizar que, partiendo de edades más próximas a la infancia (cuando la mayoría de las personas se encuentran en una combinación de status muy característica: estudiante, no trabaja, es miembro dependiente de la familia, sin experiencia conyugal y sin hijos), en dirección a la adolescencia/juventud, en algún punto el índice de entropía aumenta significativamente, lo que evidencia cambio de status, señalizando el inicio del pasaje a la vida adulta. Lo que se explora en este texto son las desigualdades en los marcos temporales y en la extensión de la transición a la vida adulta de jóvenes de diferentes estratos de ingresos, según el sexo.