Ao longo do desenvolvimento histórico do campo da administração, gestão e criação são, tradicional e implicitamente, consideradas processos antagônicos. A gestão é frequentemente definida como processo de organização e controle, ao passo que a criação é entendida corriqueiramente como processo de diferença, divergência ou desordem para se alcançar algo novo. Esta pesquisa busca fornecer subsídios para se reconsiderar essa situação antagônica. Assim, examinamos a relação entre criação e gestão no contexto de práticas de trabalho no cotidiano de uma organização voltada para o teatro e para a dança. Ao se analisar sistematicamente tais práticas com auxílio do método autoetnográfico, evidencia-se que gestão e criação são processos indissociáveis. As implicações acarretadas por essa indissociabilidade são apresentadas e discutidas à luz da teoria organizacional. A indissociabilidade do processo de gestão-criação e a necessidade de se enfocar a dimensão dinâmica da criatividade conduzem a uma preocupação de alinhamento epistemológico no que se refere à abordagem adotada sobre a gestão. Sugere-se que perspectivas "processuais-relacionais" da gestão são as que melhor potencializam o estudo da dinâmica criativa. Implicações em termos do ensino da administração também são discutidas.
Management and creation have been historically, implicitly and traditionally considered antagonistic processes. Whereas management is often defined as organizing and control process, creation is commonly understood as a process involving difference and disorder in order to achieve something new. This research seeks to provide us with knowledge for reconsidering this antagonistic situation. Thus, we examine the relationship between management and creation in the context of working practices in a theatre. As we analyze systematically these practices capitalizing on self-ethnographic method, we conclude that management and creation are inseparable processes in practice. Implications occasioned by this inseparability are presented and discussed under organizational theory enlightenment.
A lo largo del desarrollo histórico del campo de la administración, la gestión y la creación son, tradicionalmente e implícitamente, consideradas como procesos antagónicos. La gestión es frecuentemente definida como el proceso de organización y control, al paso que la creación es entendida habitualmente como el proceso de diferencia, divergencia o desorden para alcanzar algo nuevo. Esta investigación tiene el objetivo de proporcionar subsidios para reconsiderar esa situación antagónica. Siendo así, examinamos la relación entre la creación y la gestión en el contexto de prácticas de trabajo en el cotidiano de una organización dirigida al teatro y a la danza. Al analizar sistemáticamente dichas prácticas con el auxilio del método autoetnográfico, se evidencia que la gestión y la creación son procesos indisociables. Las implicaciones ocasionadas por esa indisociabilidad se presentan y discuten a la luz de la teoría organizacional. La indisociabilidad del proceso de gestión-creación y la necesidad de enfocar la dimensión dinámica de la creatividad conducen a una preocupación de alineación epistemológica en lo que se refiere al abordaje adoptado sobre la gestión. Se sugiere que perspectivas "procesales-relacionales" de la gestión son las que mejor potencian el estudio de la dinámica creativa. Implicaciones en términos de la enseñanza de la administración también son discutidas.