As explicações (private tutoring), como fenômeno que ocorre geralmente fora da escola, podem ser interpretadas sob múltiplos pontos de vista: como instrumento pedagógico a serviço dos alunos que já experimentaram ou perspectivam vir a experimentar insucesso escolar; como adjuvante das famílias na conquista das melhores posições para disputar o selectivo processo de ingresso no ensino superior; como expressão do mercado educativo, em que as famílias exercem liberdade de escolha; como fenômeno que pode induzir formas de pressão externa sobre a escola, nomeadamente quando pode ser identificado pelos "consumidores" (famílias) como sintoma da reduzida qualidade e eficácia das escolas; ou, pelo contrário, como aliado das escolas na obtenção dos melhores resultados nos exames tendo em vista a melhoria do posicionamento respectivo no chamado ranking das escolas. Seja qual for a perspectiva adoptada, parece-nos essencial conhecer os contornos do fenômeno, quer em Portugal, quer noutros contextos nacionais. Na sequência de uma investigação acerca da temática das explicações iniciada em 2001, que conta já com cinco anos sucessivos de recolhas de informação, realizada através de inquérito por questionário dirigido a todos os alunos do 12º ano (último ano do ensino secundário português, o ano escolar que precede o acesso ao ensino superior) de quatro escolas secundárias de uma cidade do litoral português a que chamamos Cidade Aquarela, apresentamos neste artigo alguns dos dados relativos ao ano lectivo de 2005/2006.
Private tutoring, as a phenomenon that occurs mainly outside of school, can be interpreted through several points of view: as a pedagogical instrument for pupils who have already experienced or think they will experience school failure; as something that helps families in "conquering" the best positions to compete in the selective process to enter a university; as an expression of the education market, in which families exercise their freedom of choice; as a phenomenon that can put external pressure on schools, namely when it is identified by its "consumers" (families) as a symptom of the reduced quality and efficiency of schools; or, on the other hand, as an ally of schools in securing better exam results, having in view the improvement of their position in the so-called school ranking. The perspective adopted notwithstanding, it seems essential to us to further explore the contours of this phenomenon, in Portugal, and in other national contexts. As a follow-up to the research on private tutoring began in 2001, which now has five consecutive years of information gatherings, carried out through a questionnaire aimed at 12th year pupils (last year of Portuguese secondary education, the school year preceding higher education entry) of four secondary schools of a city located in the Portuguese coast, which we call Aquarela City, we present here some data concerning the 2005/2006 school year.
Las clases particulares (private tutoring), como fenômeno que ocurre principalmente fuera de la escuela, se pueden interpretar a través de varios puntos de vista: como instrumento pedagógico para los alumnos que han experimentado o piensan que experimentarán fracaso escolar; como algo que ayuda a las familias en la "conquista" de las mejores posiciones para competir en el proceso selectivo para entrar en una universidad; como una expresión del mercado de la educación, en que las familias ejercen libertad de opción; como un fenômeno que puede traer una presión externa sobre las escuelas, por ejemplo, cuando es identificado por sus "consumidores" (familias) como un síntoma de reducida calidad y eficacia de las escuelas; o, por otra parte, como un aliado de las escuelas para asegurar mejores resultados en los exámenes, teniendo como objetivo la mejora de su posición en el llamado ranking de escuelas. Independientemente de la perspectiva adoptada, parece esencial para nosotros explorar más profundadamente los contornos de este fenômeno, en Portugal, y en otros contextos nacionales. Como seguimiento a una investigación sobre las clases particulares empezada en 2001, que ahora tiene cinco años consecutivos de recojas de datos, realizada a través de un cuestionario dirigido a alumnos del último año de la educación secundaria portuguesa (el año que precede la entrada en la educación superior) de cuatro escuelas secundarias de una ciudad situada en la costa portuguesa, que llamamos Ciudad Aquarela, presentamos aquí algunas informaciones referentes al año escolar de 2005/2006.