Resumo O presente estudo investigou a relação entre cinco polimorfismos genéticos e o desenvolvimento de mucosite oral em pacientes pediátricos recebendo quimioterapia com metrotexato. O estudo longitudinal foi conduzido com 64 pacientes e a mucosite oral avaliada pelo Oral Assessment Guide modificado, que tem como objetivo diagnosticar e classificar a mucosite oral. Células epiteliais bucais foram obtidas por bochecho e o DNA foi extraído. Os polimorfismos MTHFR (rs1801133), DNMT3B (rs2424913), ABCC2 (rs717620), ABCG2 (rs2231137) e ABCG2 (rs2231142), foram analisados pela técnica de PCR-RFLP. Dados demográficos, hematológicos e bioquímicos foram coletados a partir de registros médicos. Análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS adotando um valor de p=0,05. Observou-se que, o sexo masculino foi predominante (56,2%), e a idade média foi de 10,8 anos (± 4.9). A mucosite oral acometeu 65,6% dos pacientes, dos quais, 61,9% desenvolveram a forma grave da doença. Para o gene ABCG2 (rs2231142), o alelo raro A e o genótipo CA foram mais frequentes em indivíduos com mucosite (p= 0.02; RR = 0.60; CI = 0.387 - 0.813). A gravidade da doença foi observada principalmente em pacientes mais jovens (mediana = 9 anos; p=0.02). Além disso, os pacientes com mucosite oral grave apresentaram menor contagem de leucócitos (mediana = 2150 mm3) em comparação aos pacientes com a forma leve/moderada (mediana = 4200 mm3; p=0.03). Pacientes do sexo feminino e aumento a cada 10.000 plaquetas foram fatores de proteção contra o aparecimento de mucosite oral (p=0.02). Concluiu-se que a presença do polimorfismo rs2231142 aumenta o risco de o paciente desenvolver a mucosite oral, bem como pacientes mais jovens e menor contagem de leucócitos contribui com a severidade.
Abstract The study investigated the relationship between genetic polymorphisms and the development of oral mucositis in pediatric patients undergoing chemotherapy involving methotrexate. A longitudinal study was conducted with 64 patients, and oral mucositis was evaluated by the modified Oral Assessment Guide, which aims to diagnose and classify oral mucositis. Epithelial cells were obtained by mouthwash and DNA was extracted. The polymorphisms MTHFR (rs1801133), DNMT3B (rs2424913), ABCC2 (rs717620), ABCG2 (rs2231137) and ABCG2 (rs2231142) were analyzed by PCR-RFLP method. Demographic, hematological and biochemical data were collected from medical records. Statistical analysis was performed using the SPSS software adopting a p-value of 0.05. Male sex predominated (56.2%), and the mean age was 10.8 years (± 4.9). Oral mucositis affected 65.6% of the patients, of which 61.9% developed the severe form of the disease. For the ABCG2 gene (rs2231142), the rare A allele and CA genotype were more frequent in individuals with mucositis (p= 0.02; RR = 0.60; CI = 0.387 - 0.813). The severity of the disease was mainly observed in younger patients (median = 9 years; p=0.02). Patients with severe oral mucositis presented lower leukocytes count (median = 2.150 mm3) compared to patients with the mild/moderate form (median = 4.200 mm3; p=0.03). Female patients and each 10,000-platelet increase were protective factors against the onset of oral mucositis (p=0.02). It is concluded that rs2231142 polymorphism increases the likelihood of oral mucositis and younger patients and patients with low leukocytes counts are more likely to develop severe form.