RESUMO: Objetivo: Analisar fatores sociodemográficos e de estilo de vida associados ao comportamento sedentário baseado em tempo de tela (assistir televisão ≥ 3 horas/dia) entre brasileiros adultos. Métodos: Análise quantitativa de dez edições do inquérito de saúde de delineamento transversal VIGITEL, representativo em nível populacional. Indivíduos de capitais estaduais residentes em domicílios com telefone fixo foram selecionados aleatoriamente e entrevistados via questionário estruturado por telefone. Estimou-se modelo de regressão logística multivariada para identificação de fatores associados ao comportamento sedentário. Resultados: Observou-se tendência estável na prevalência de comportamento sedentário entre 2008 e 2017. Verificou-se maior prevalência de comportamento sedentário entre indivíduos com padrões de comportamento menos saudáveis: consumo de < 2 itens alimentares in natura (vegetais, frutas e feijões) por dia (26,73% [IC95% 25,2 – 28,31]) em comparação ao consumo de ≥ 2 itens por dia (23,79% [IC95% 21,92 – 25,77]); consumo de refrigerantes em ≥ 5 dias por semana (31,24% [IC95% 29,58 – 32,95]) em comparação a < 5 dias por semana (23,82% [IC95% 22,2 – 25,52]); e prática de atividade física < 150 minutos por semana (28,2% [IC95% 26,17 – 30,33]) em comparação a ≥ 150 minutos por semana (22,54% [IC95% 21,27 – 23,86]). Consumir alimentos in natura (OR = 0,984); praticar atividade física (OR = 0,798) e residir em município de maior renda (OR = 0,826) representaram fatores de proteção ao comportamento sedentário baseado em tempo de tela, enquanto consumo de refrigerantes (OR = 1,440), fumo (OR = 1,375) e abuso de álcool (OR = 1,334) representaram fatores de risco. Conclusão: A adoção do comportamento sedentário baseado em tela entre indivíduos adultos no Brasil apresentou associação significativa com fatores comportamentais modificáveis no período 2008–2017.
ABSTRACT: Objective: To analyze sociodemographic and lifestyle factors associated with screen-based sedentary behavior (watching television ≥ 3 hours/day) among adult individuals in Brazil. Methods: Quantitative analysis of ten editions of the cross-sectional health survey VIGITEL, representative at the population level. Individuals from states’ capitals living in households with land-line telephone were randomly selected and interviewed with a structured questionnaire, through the telephone. A multivariate logistic regression model was estimated for identification of factors associated with screen-based sedentary behavior. Results: There was stability in trends referring to prevalence of sedentary behavior from 2008 to 2017. Prevalence of sedentary behavior was higher between individuals with unhealthier lifestyles: consumption of < two in natura food items (vegetables, fruits, and beans) per day (26.73% [95%CI 25.2 – 28.31]) in comparison with ≥ two items per day (23.79% [95%CI 21.92 – 25.77]); consumption of soft drinks ≥ five days per week (31.24% [95%CI 29.58 – 32.95]) than < five days per week (23.82% [95%CI 22.2 – 25.52]); and practice of < 150 minutes of physical activity per week (28.2% [95%CI 26.17 – 30.33]) than ≥ 150 minutes per week (22.54% [95%CI 21.27 – 23.86]). Regular consumption of in natura food items (OR = 0.984), practice of physical activity (OR = 0.798), and living in richer municipality (OR = 0.826) represented protective factors in relation to screen-based sedentary behavior, whilst regular consumption of soft drinks (OR = 1.440), smoking (OR = 1.375) and alcohol abuse (OR = 1.334) represented risk factors. Conclusion: The adoption of screen-based sedentary behavior among adult individuals in Brazil presented significant association with modifiable behavioral factors in the period 2008–2017.