OBJETIVO: Examinar os temas e questões existenciais do cotidiano de pessoas com esquizofrenia e de seus cuidadores. MÉTODOS: Estudo qualitativo com grupos focais. Foram incluídos 146 sujeitos com esquizofrenia (55% homens) e 80 cuidadores (75% mulheres) que procediam predominantemente de serviços primários e secundários de saúde de Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Inglaterra e Venezuela. Cada grupo tinha de seis a dez participantes. Os dados foram explorados em processo de análise de conteúdo. RESULTADOS: Foram identificadas quatro questões existenciais onipresentes nos discursos: a necessidade de realização pessoal e de se encontrar um sentido para a vida; a necessidade de ser respeitado, não sofrer discriminação e preconceito; o conflito decorrente da perda de autonomia; a importância de compreender a doença e se reconhecer como enfermo. As questões existenciais apareceram fortemente vinculadas a necessidades objetivas, como a falta de ocupação e trabalho, que geralmente resultam em uma vida sem finalidade e sentido. CONCLUSÕES: É necessário desenvolver um novo tipo de cuidado em saúde, em que a consideração pela pessoa com esquizofrenia e a valorização de sua subjetividade sejam tão importantes quanto o tratamento biológico, além de criar estratégias de promoção de saúde que compreendam mecanismos de inclusão laboral e combate ao estigma.
OBJECTIVE: To examine existential questions in the daily life of people with schizophrenia and their caregivers. METHODS: Qualitative study with focus groups. 146 people with schizophrenia (55% men) and 80 caregivers (75% women) participated. They came predominantly from primary and secondary health services of Argentina, Brazil, Chile, Spain, England and Venezuela. Each group had between six and ten participants. The data was explored through a content analysis process. RESULTS: Four omnipresent existential themes were identified from the discussions: the need for personal development and to find meaning in life; the need to be respected and not suffer discrimination or stigma; the conflict resulting from the loss of autonomy; the importance of understanding the illness and recognizing it as an illness. The existential questions were closely associated with objective needs, such as the lack of occupational opportunities and employment, which generally result in a life without meaning. CONCLUSIONS: It is necessary to develop a new type of health care in which both the consideration for the person with schizophrenia and their subjectivity are as important as biological treatment. Health promotion strategies need to combat stigma and use mechanisms of occupational inclusion.
OBJETIVO: Examinar los temas y cuestiones existenciales del cotidiano de personas con esquizofrenia y de sus cuidadores. MÉTODOS: Estudio cualitativo con grupos focales. Fueron incluidos 146 sujetos con esquizofrenia (55% hombres) y 80 cuidadores (75% mujeres) que provenían de servicios primarios y secundarios de salud de Argentina, Brasil, Chile, España, Inglaterra y Venezuela. Cada grupo tenía de 6 a 10 participantes. Los datos fueron explorados por el proceso de análisis de contenido. RESULTADOS: Fueron identificadas cuatro cuestiones existenciales omnipresentes en los discursos: la necesidad de realización como persona y de encontrar un sentido en la vida; la necesidad de ser respetado y no sufrir discriminación; el conflicto decurrente de la pérdida de autonomía; la importancia de comprender la enfermedad y de reconocerse como enfermo. Las cuestiones existenciales aparecieron fuertemente conectadas a necesidades objetivas, como la falta de ocupación y trabajo, que generalmente resultan en una vida sin propósito y sentido. CONCLUSIONES: Hace falta desarrollar un nuevo tipo de cuidado en salud, en que la consideración por la persona con esquizofrenia y la valoración de su subjetividad sean tan importantes cuanto el tratamiento biológico, así como crear estrategias de promoción de la salud que comprendan mecanismos de inclusión laboral y combato al estigma.