O biomonitoramento de elementos químicos é de extrema importância na avaliação da saúde humana. Entretanto, as concentrações dos elementos químicos nos fluidos biológicos são afetadas por parâmetros ambientais e fisiológicos e, consequentemente, consideráveis variações podem ocorrer entre subgrupos de populações específicas. O Brasil é um país com ampla diversidade ambiental e existe limitado conhecimento de valores de referência para elementos químicos em fluidos biológicos. A espectrometria de absorção atômica (AAS) e a espectrometria de emissão ótica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) ainda são as técnicas analíticas mais comumente empregadas no biomonitoramento de elementos químicos em amostras clínicas. Entretanto, o uso da espectrometria de massas com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS) está se tornando a cada dia mais comum nos laboratórios clínicos. Neste estudo, foi avaliado um método rápido envolvendo simples diluição da amostra para determinação de Al, Ba, Be, Cd, Co, Cu, Cs, Mn, Ni, Pb, Pt, Sb, Se, Sn, Tl e U em urina por ICP-MS. Amostras de urina (500 μL) foram pipetadas em frascos cônicos de 15 mL e diluídas para 10 mL com uma solução contendo 0,5 % (v/v) HNO3 + 0,005% (v/v) Triton X-100. Ródio, irídio e ítrio foram adicionados como padrões internos. Em seguida, as amostras foram diretamente analisadas por ICP-MS com calibração por ajuste de matriz. Os limites de detecção do método (3s, n = 20) foram da ordem de ng L-1 para todos os analitos em estudo. O método foi aplicado para a análise de 412 amostras de urina de brasileiros saudáveis e não expostos ambientalmente ou ocupacionalmente a metais para o estabelecimento de valores de referência na população brasileira. A validação dos resultados foi acompanhada pela análise de material de referência certificada de urina (SRM) 2670a proveniente do National Institute of Standards and Technology (NIST) e de materiais de referência provenientes do Institut National de Sante' Publique Du Quebec, no Canadá.
Biomonitoring of trace elements is of critical importance in human health assessment. However, trace element concentrations in biological fluids are affected by environmental and physiological parameters, and therefore considerable variations can occur between specific population subgroups. Brazil is a large country with large environmental diversity and with a limited knowledge of the reference values (baseline data) for trace elements in biological fluids. Atomic absorption spectrometry (AAS) and inductively coupled plasma emission spectrometry (ICP-OES) are still the dominant analytical techniques used for biomonitoring trace element analysis in clinical specimens. However, the use of ICP-MS is becoming more usual in clinical laboratory analysis. Then, we evaluated here a simple dilute-and-shoot method for sequential determination of Al, Ba, Be, Cd, Co, Cu, Cs, Mn, Ni, Pb, Pt, Sb, Se, Sn, Tl and U in urine by quadrupole inductively coupled plasma mass spectrometry (q-ICP-MS). Urine samples (500 µL) were accurately pipetted into conical tubes (15 mL) and diluted to 10 mL with a solution containing 0.5 % (v/v) HNO3 + 0.005% (v/v) Triton X-100. Diluted urine samples also contain rhodium, iridium and yttrium added as internal standards. After that, samples were directly analyzed by ICP-MS against matrix-matching calibration. Method detection limit (3s, n = 20) were in the ng L-1 range for all analytes. The method was applied to the analysis of 412 ordinary urine samples from Brazilian healthy and non-exposed subjects to establish reference values. Data validation was provided by the analysis of the standard reference material (SRM) 2670a toxic elements in urine (freeze-dried) (high and low levels) from the National Institute of Standards and Technology (NIST) and reference urine samples from the trace elements intercomparison program operated by the Institut National de Sante' Publique du Quebec, Canada.