RESUMO Objetivo Estimar a prevalência do exame Papanicolaou e analisar fatores associados à sua não realização pelas mulheres brasileiras. Método Estudo transversal, de base populacional, que utilizou dados do Vigitel e incluiu mulheres na faixa etária alvo do rastreio. Avaliaram-se a cobertura e a prevalência de não realização do rastreamento segundo características sociodemográficas, comportamentais e de saúde. Resultados Foram incluídos dados de 22.580 mulheres. Cerca de 17,1% das mulheres não realizaram o exame nos últimos 3 anos. Mulheres nas faixas etárias de 35 a 44, 45 a 54 e 55 a 64 anos, apresentaram maior prevalência de realização quando comparadas às de 25 a 34 anos (p<0,05). Os fatores associados à não realização do exame foram: mulheres com menos de 12 anos de estudo (p<0,05), que declararam não ter companheiro (p<0,0001), residentes nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte (p<0,05), desnutridas (p=0,017), que autoavaliaram sua saúde como negativa e que apresentaram pelo menos um comportamento negativo em saúde (p<0,0001). Conclusão Apesar da elevada cobertura do exame, ela ainda é insatisfatória em subgrupos populacionais, como mulheres que vivem sem companheiro, com baixa escolaridade, desnutridas, que autoavaliam seu estado de saúde como negativo e que possuem pelo menos um comportamento negativo em saúde.
ABSTRACT Objective To estimate the prevalence of the Pap test and analyze the factors associated with its non-attendance by Brazilian women. Method Cross-sectional, population-based study in which were used Vigitel (Surveillance System for Protective and Risk Factors for Chronic Diseases by Telephone Survey ) data and were included women in the target age range of the screening. The coverage and prevalence of non-screening were assessed according to sociodemographic, behavioral and health characteristics. Results Data from 22,580 women were included. About 17.1% of women did not take the Pap test in the three previous years. Women in the age groups of 35-44, 45-54 and 55-64 years showed a higher prevalence of having the test compared to those aged 25-34 years (p<0.05). The following factors were associated with the non-attendance: women with less than 12 years of study (p<0.05), who declared not having a partner (p<0.0001), residents of Northeast, Midwest and North regions (p<0.05), malnourished (p=0.017), who self-assessed their health as negative and presented at least one negative health behavior (p<0.0001). Conclusion Despite the high coverage of this screening, it remains unsatisfactory in population subgroups, such as women living without a partner, with low educational level, malnourished, who self-assessed their health status as negative, and with at least one negative health behavior.
RESUMEN Objetivo Estimar la prevalencia del examen Papanicolaou y analizar los factores asociados con su no realización por la mujeres brasileñas. Método Estudio transversal, de base poblacional, que utilizó datos del Vigitel e incluyó a mujeres en el rango de edad blanco del rastreo. Se evaluaron la cobertura y la prevalencia de no realización del rastreo según los rasgos sociodemográficos, sanitarios y de comportamiento. Resultados Fueron incluidos datos de 22.580 mujeres. Un 17,1% de las mujeres no realizaron el examen los últimos tres años. Mujeres en los rangos de edad de 35 a 44, 45 a 54 y 55 a 64 años presentaron mayor prevalencia de realización cuando comparadas con las de 25 a 34 años (p<0,05). Los factores asociados con la no realización del examen fueron: mujeres con menos de 12 años de estudio (p<0,05), quienes manifestaron no tener a compañero (p<0,0001), residentes en las regiones Nordeste, Centro Oeste y Norte (p<0,05), desnutridas (p=0,017), que autoevaluaron su salud como negativa y que presentaron por lo menos un comportamiento negativo en salud (p<0,0001). Conclusión Pese a la elevada cobertura del examen, todavía es insatisfactoria en subgrupos poblaciones, como mujeres que viven sin compañero, con baja escolaridad, desnutridas, que autoevaluaron su estado de salud como negativo y que tienen por lo menos un comportamiento sanitario negativo.