O tacrolimus (FK506), um potente imunossupressor utilizado na profilaxia e no tratamento de rejeições pós-transplante, exibe eficácia relacionada com sua concentração sangüínea e possui estreita janela terapêutica. Esses fatores requerem o freqüente monitoramento dos níveis sangüíneos em pacientes que fazem uso do fármaco, tendo como objetivo o ajuste de dose para uma concentração terapêutica ótima com efeitos colaterais mínimos. Este estudo retrospectivo foi realizado através do acesso à base de dados do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e teve por objetivo analisar o perfil das concentrações sanguíneas de tacrolimus em pacientes transplantados de pâncreas, no período de junho de 2002 a março de 2004. Os resultados mostram que as concentrações se encontravam, em sua maioria, em níveis subterapêuticos (39,1%) e tóxicos (43,4%). Considerando-se o período pós-transplante, níveis subterapêuticos foram mais freqüentes nos períodos de zero a três meses (51,1%) e de três a seis meses (41,9%) após o transplante, enquanto níveis tóxicos (63%) foram mais freqüentes após seis meses. Pacientes que receberam pâncreas/rim simultâneo apresentaram, de maneira geral, mais concentrações em níveis tóxicos; o mesmo não aconteceu em pacientes que receberam pâncreas isolado e pâncreas pós-rim. Os pacientes que receberam pâncreas isolado e pâncreas pós-rim tenderam a apresentar níveis subterapêuticos em todos os períodos pós-transplante considerados. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram a importância do monitoramento terapêutico, uma vez que seus resultados orientam o ajuste das doses.
Tacrolimus (FK 506), a potent immunosuppressive drug used in prevention and treatment of rejection of transplanted organs, exhibits efficacy related to its blood levels and has a narrow therapeutic index. These factors require frequent monitoring of patients blood levels, in attempt to adjust the dose to reach the best drug concentration with minimum side effects. In this historic study, the authors evaluated tacrolimus blood profile in patients submitted to pancreas transplantation between June 2002 and March 2004. The results show that blood levels were, mostly, within subtherapeutic (39.1%) and toxic (43.4%) ranges. Considering post-transplantation period, subtherapeutic levels were more frequent until three months after the graft receiving (51.1%) and between three and six months (41.9%), whereas toxic levels were more common six months after the transplantation (63%). Patients who received pancreas/kidney transplantation showed a tendency to present toxic levels. The same did not happen with the patients who received isolated pancreas and pancreas after kidney; these patients presented subtherapeutic blood levels in all post-transplantation periods. The results found in this study reassure the importance of therapeutic monitoring to achieve the adequate blood levels of tacrolimus following pancreas transplantation.