A epilepsia associa-se frequentemente a problemas psico-sociais relevantes. O Washington Psychosocial Seizure Inventory (WPSI) é um questionário desenvolvido para identificar os problemas psicosociais em epilepsia. Consta de 8 escalas que avaliam adaptação familiar, adaptação emocional, adaptação interpessoal, situação econômica, adaptação vocacional, adaptação às crises epilépticas, medicação e tratamento médico, e função psico-social geral. Neste estudo, usamos versão do WPSI, para avaliação psico-social em nosso meio: 54 pacientes epilépticos responderam ao WPSI, num período de 7 meses. Os resultados apontaram dificuldades nas seguintes áreas: adaptação às crises epilépticas, situação econômica, adaptação vocacional, adaptação emocional e interpessoal. Houve menor frequência de comprometimento nas escalas de história familiar, medicação e tratamento médico. Diferentes níveis de dificuldades foram observados segundo variáveis sócio-demográficas (nível de escolaridade e situação ocupacional) e clínicas (tipo de crise, idade de início e duração da epilepsia, controle das crises e tratamento). Foi constatada dificuldade na compreensão de algumas palavras por parte de pacientes analfabetos e pontuação elevada nas escalas de validade. Nossos resultados iniciais foram concordantes com os da literatura, mas para a validação de nossa versão do WPSI como instrumento abrangente de pesquisa psico-social em epilepsia em nosso meio faz-se necessária a adequação de alguns aspectos de linguagem, das escalas de validade e posterior aplicação em maior número de pacientes epilépticos.
Epilepsy has frequently been associated with important psycho-social problems. Washington Psychosocial Seizure Inventory is a inventory developed to identify the psycho-social problems in epilepsy. In this study we applied a WPSI version for a psychosocial evaluation of Brazilian patients: 54 epileptic patients answered a questionnaire in a period of 7 months. The application of WPSI showed difficulties in the scales: adjustment to seizures, financial status, vocational adjustment, emotional and interpersonal adjustment. The scores of problems were lower in the scales of family background, medicine and medical management. Level of schoolarity, employment status, seizure type, duration of epilepsy, control of seizures were factors influencing WPSI results. Difficulties were noticed in the comprehension of some words by the illiterate patients, and in high scores for validity scales. Our initial results were comparable to the literature. However, it should be necessary an adaptation of some language aspects and validity scales, and a further application in a larger number of epileptic patients to validate our WPSI version.