resumo Este artigo analisa duas das obras literárias da escritora, artista visual e professora Laura Erber, explorando o convívio na sua escrita de algumas tendências caraterísticas da literatura brasileira pós-moderna, como o hibridismo genérico, os diálogos interartísticos, o protagonismo da dimensão metaficcional ou a atualização da escrita do eu e do tema literário da viagem. O trabalho parte, assim, da análise de Bénédicte vê o mar (2011), pequeno e poético romance gráfico ou, melhor, poemário gráfico, e Esquilos de Pavlov (2013), atípico “romance de artista”. Trata-se de duas obras dotadas de uma liberdade de tom admirável e de uma compreensão profunda dos desafios literários contemporâneos, postas ao serviço de um pensamento questionador em que se entrecruzam dois olhares: o da existência e o da criação artística. Nesse sentido, examina-se como o protagonismo da questão da crise da arte contemporânea - na literatura, no cinema e nas artes plásticas - permite à autora estabelecer um diálogo cultural que ultrapassa as fronteiras do nacional para situar-se num plano mais abrangente.
abstract This article examines two literary works by the writer, visual artist and educator Laura Erber, exploring the coexistence in her writing of certain trends of post-modern Brazilian literature, such as hybrid textual genres, inter-artistic dialogues, the foregrounding of a metafictional dimension, or new ways of writing the self and of the literary theme of travel. This essay therefore starts with an analysis of Bénédicte vê o mar (2011), a short, graphic, poetic romance, or rather graphic book of verse, and Esquilos de Pavlov (2013), an atypical “artist’s romance”. These two works are endowed with an admirable freedom of expression and a deep understanding of the challenges that contemporary literary writing faces. These facets, in turn, serve to generate a critical interrogation that intertwines two themes: being and artistic creation. This article therefore examines how the crisis of contemporary art: in literature, film and the visual arts - allows the author to establish a cultural dialogue that transcends the boundaries of the national to encompass a broader context.
resumen Este artículo analiza dos de las obras literarias de la escritora, artista visual y profesora Laura Erber, investigando la convivencia en su obra de algunas tendencias características de la literatura brasileña posmoderna, como el hibridismo genérico, los diálogos interartísticos, el protagonismo de la dimensión metaficcional o la actualización de la escritura del yo y del tema literario del viaje. El trabajo parte, así, del análisis de Bénédicte vê o mar (2011), pequeña y poética novela gráfica, o, mejor dicho, poemario gráfico, y Esquilos de Pavlov (2013), atípica “novela de artista”. Se trata de dos obras dotadas de una libertad de tono admirable y de una comprensión profunda de los desafíos literarios contemporáneos, puestas al servicio de un pensamiento crítico en el cual se entremezclan dos visiones: la de la existencia y la de la creación artística. Así, se pretende examinar cómo el protagonismo de la cuestión de la crisis del arte contemporáneo -en la literatura, el cine y las artes plásticas- permite a la autora establecer un diálogo cultural que traspasa las fronteras de lo nacional para situarse en un plano más abarcador.