As políticas nacionais voltadas para o trabalho com o letramento em escolas, no Brasil e na Inglaterra, oferecem percepções interessantes tanto teóricas quanto práticas. Na Inglaterra, a Estratégia Nacional de Letramento (NLS) está embasada no que denominei de modelo "autônomo" de letramento, uma abordagem universal, independente da cultura, baseada em habilidades. Há críticas a esse modelo, embora ele continue a ser bastante utilizado. No Brasil, houve uma objeção à visão estreita de aquisição da escrita - representada pelo termo alfabetização - e o uso do termo letramento tem facilitado a referência a processos que envolvem usos sociais da leitura e da escrita. Apresento limitações das políticas e estratégias fundadas em premissas etnocêntricas, contrastando-as com políticas e estratégias baseadas em teoria crítica, a partir da teoria do letramento enraizada na comparação intercultural dos usos sociais da leitura e da escrita, baseada no modelo ideológico de letramento.
National policies concerning the teaching of literacy in schools in Brazil and England offer interesting insights, both theoretical and practical. In England, the National Literacy Strategy (NLS) is rooted in what I have termed the 'autonomous' model of literacy, assuming a culture free, universal, skills-based approach. Even though this approach has been criticized, it continues to be largely used. In Brazil there has been an objection to this narrow view of literacy acquisition - represented by the term alfabetização. The term literacy, on the other hand, has facilitated the reference to processes that involve the social uses of reading and writing. I present the limitations of policies and strategies grounded on ethnocentric assumptions, contrasting them with policies and strategies based on critical theory, such as the literacy theory rooted on the cross cultural comparison of social uses of reading and writing, based on the ideological model of literacy.