INTRODUÇÃO: Neste estudo, objetivou-se identificar os pacientes em alto risco de desenvolvimento de DAC entre todos os indivíduos com DRC tratados em um grande centro universitário para estimar a prevalência de DAC e determinar a morfologia das placas ateroscleróticas através do IVUS em comparação com seus pares com função renal preservada. MÉTODOS: Pacientes foram investigados à procura de doença arterial coronariana, e a angiografia coronariana foi realizada quando indicada. Após avaliação sistemática para DAC os pacientes que apresentaram indicação foram encaminhados para cineangiocoronariografia e IVUS. As imagens de IVUS foram comparadas as de um grupo de pacientes com DAC, mas com função renal preservada, pareados cuidadosamente para todos os fatores analisados. RESULTADOS: Cento e trinta e nove pacientes de um centro de hemodiálise foram analisados para o estudo. Aqueles que tiveram a confirmação das lesões coronarianas na angiografia mostraram níveis séricos mais baixos de hemoglobina (10,8 ± 1,5 versus 12,0 ± 19; p < 0,046) e níveis elevados de LDL (110,6 ± 25,8 versus 75,5 ± 43,1; p < 0,004) quando comparados àqueles sem DAC. O IVUS revelou um maior diâmetro de referencia proximal e uma maior área de secção transversal nos pacientes com DRC em comparação ao grupo com função renal normal (4,1 ± 0,6 versus 3.7 ± 0,5; p < 0,007 e 4,2 ± 1,6 versus 5,2 ± 1,8; p < 0,02, respectivamente). Calcificação coronariana foi identificada pelo IVUS em 81% das lesões no grupo com DRC, 31% delas em mais de 180º da circunferência arterial. Os depósitos de cálcio estavam localizados em uma camada mais profunda da parede arterial nos pacientes com DRC (69 versus 30%; p < 0,004). CONCLUSÕES: As lesões coronarianas apresentaram um maior diâmetro proximal e uma calcificação mais intensa em camada profunda da parede arterial sugerindo um efeito de remodelamento positivo exacerbado em resposta a um processo aterosclerótico mais agressivo na porção medial da parede arterial.
INTRODUCTION: Chronic kidney disease patients present a very high cardiovascular mortality. Nevertheless, a comparative description of lesion characteristics, using intravascular ultrasound in dialysis patients, has not yet been reported. The objective of the present study was to analyze the plaque morphology through intravascular ultrasound in comparison to their counterparts with normal renal function. METHODS: Patients were screened for coronary artery disease, and the coronary angiography was performed when indicated. Plaque morphology was evaluated by ultrasound, and findings were compared to a group of patients with coronary artery disease, who presented normal renal function, it carefully matched for all Framingham risk factors and lesion location at the coronary artery tree. RESULTS: One hundred and thirty-nine patients from a single center of hemodialysis were screened for the study. Patients with coronary lesions confirmed at the angiography presented lower hemoglobin (10.8 ± 1.5 versus 12.0 ± 19; p < 0.046) levels and higher levels of low-density lipoprotein (110.6 ± 25.8 versus 75.5 ± 43.1; p < 0.004), when compared to the ones without coronary artery disease. The ultrasound revealed greater proximal reference diameter (4.1 ± 0.6 versus 3.7 ± 0.5; p < 0.007), smaller crossed sectional area (4.2±1.6 versus 5.2 ± 1.8; p < 0.02), and the calcification was located in a deeper arterial layer (69 versus 9%; p < 0.004) in patients with chronic kidney disease when compared to the Control Group. CONCLUSION: Lesions of the patients with chronic kidney disease presented a larger proximal diameter and intense calcification in the deeper layer of the vessel, which suggest a greater positive remodeling effect in response to a more aggressive atherosclerotic process in the medial section of the artery.