Resumo Fundado como contraponto ao dualismo cultura-natureza, o conceito de mais-que-humano refere-se aos mundos dos diferentes seres que coabitam a terra, de forma a incluir e exceder às sociedades humanas. Embasados em tal noção e em diferentes perspectivas filosóficas, como pós-fenomenologias, teorias não-representacionais, eco-feminismos e pós-humanismos, os geógrafos culturais têm se interessado emampliar suas interpretações para decifrar as multiplicidades espaciais do habitar no Antropoceno. Neste ensaio objetiva-se caracterizar as Geografias Culturais mais-que-humanas efetivadas nos países anglófonos. Essas Geografias recorrem a procedimentos inter/transdisciplinares com práticas artísticas, literárias, narrativas e experimentais. Tais abordagens possibilitam que práticas geográficas artísticas, narrativas e criativas oportunizem a imersão e expressão de mundos partilhados. Os estudos vitais, atmosféricos, afetivos e corporificados realizados por esses geógrafos revelam complexos arranjos de co-vulnerabilidades e reciprocidade multi-espécie vividos nos lugares em tensão na contemporaneidade. A compreensão dessas tessituras do coabitar terrestre pode permitir-nos decifrar grafias da terra que contraponham ao excepcionalismo humano hegemônico.
Abstract Established as a counterpoint to culture-nature dualisms, the concept of more-than-human refers to the worlds of the different beings co-dwelling on Earth, including and surpassing human societies. Based on this notion and coming from different philosophical perspectives, including post-phenomenology, non-representational theory, eco-feminism, and post-humanism, cultural geographers have sought to broaden their interpretations to decipher the spatial multiplicities of living in the Anthropocene. This essay characterizes the more-than-human Cultural Geographies of Anglophone countries, which use artistic, literary, narrative, and experimental inter and transdisciplinary practices. These approaches facilitate artistic, narrative, and creative geographical practices that create opportunities for immersion in and expression of shared worlds. Cultural geographers employ vital, atmospheric, affective, and corporeal studies to reveal complex multi-species arrangements of co-vulnerability and reciprocity experienced in modern-day places of tension. Understanding these earth-dwelling tessituras enables us to decipher terrestrial writings that contrapose hegemonic human exceptionalism.
Résumé Fondée commeun contrepoint au dualisme nature-culture, le concept de plus-que-humain indique les mondes des différents êtres qui cohabitent la terre, de façon à inclure et aller au-délà des sociétés humaines. Basée en cette notion aux différents perspectives philosophiques, comme les post-phenomenologies, théories non-représentationnelles, eco-feminismes et post-humanismes, les géographes culturelles ont eu l´intérét à élargir leurs interprétations pour déchiffrer les multiplicités spatiales du habiter au Anthropocene. Cet essai objective caractériser les Géographies Culturelles du plus-que-humaine réalisées aux payses anglophones. Cette Géographies emploient procédures inter/transdisciplinaires avec des pratiques artistiques, littéraires, narratives et expérimentales. Telles approches permettent des pratiques géographiques artistiques, narratives et créatives de créer opportunités d'immersion et d'expression de mondes partagés. Les études vitales, atmosphériques, affectifs et corporifies élaborées par ces géographes révèlent complexes assemblages de co-vulnérabilité et réciprocité multi-espécie vivent aux lieux en tension à la contemporanéité. La compréhension de ces tessitures du cohabiter terrestre peut permettre que nous déchiffrions les graphies de la terre que contrapose l'exceptionnalisme humaine hégémonique.