RESUMO Objetivo Verificar, por meio de revisão sistemática da literatura, os indicadores utilizados para acompanhar e controlar o processo de doação e transplante de órgãos e elaborar um painel para tipificação dos indicadores descritos na literatura. Método Em novembro de 2014, foi realizada uma busca sistemática da literatura nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), EBSCO, Emerald, Proquest, Science Direct e Web of Science. Foram utilizados os descritores “eficiência”, “indicadores”, “doação de órgãos”, “captação de órgãos”, “transplante de órgãos” e seus correspondentes na língua inglesa. Dos 344 artigos retornados pela busca, foram selecionados e revisados para análise dos indicadores de eficiência 23 artigos originais publicados de 1992 a 2013. Resultados Foram identificados 117 indicadores de eficiência, os quais foram agrupados por similaridade de conteúdo e divididos em três categorias: 1) 71 indicadores relacionados à doação de órgãos, envolvendo estatísticas de mortalidade, notificação de morte encefálica, situação clínica dos doadores e exclusão por razões médicas, atitude da família, confirmação da doação e extração dos órgãos; 2) 22 indicadores relacionados ao transplante de órgãos, envolvendo a cirurgia propriamente dita e o acompanhamento pós-transplante; e 3) 24 indicadores relacionados à demanda por órgãos e aos recursos dos hospitais envolvidos no processo. Conclusões O alto número de indicadores encontrados mostra que, mesmo sendo o transplante de órgãos um fenômeno recente, os estudiosos do processo têm buscado formas de mensurar o seu desempenho. Contudo, há pouca padronização dos indicadores e o foco é predominantemente na etapa da doação, sugerindo lacunas na mensuração da eficiência em outros pontos do processo. Além disso, ainda há carência de indicadores em importantes etapas, como na distribuição de órgãos (por exemplo, indicadores de perda de órgãos) e no pós-transplante (por exemplo, indicadores de sobrevida e qualidade de vida após a cirurgia de transplante).
ABSTRACT Objective To search the literature and identify indicators used to monitor and control the organ donation and transplantation process and to group these indicators into categories. Method In November 2014, a systematic review of the literature was carried out in the following databases: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), EBSCO, Emerald, Proquest, Science Direct, and Web of Science. The following search terms (and the corresponding terms in Brazilian Portuguese) were employed: “efficiency,” “indicators,” “organ donation,” “tissue and organ procurement,” and “organ transplantation.” Of the 344 articles retrieved, 23 original articles published between 1992 and 2013 were selected and reviewed for analysis of efficiency indicators. Results The review revealed 117 efficiency indicators, which were grouped according to similarity of content and divided into three categories: 1) 71 indicators related to organ donation, covering mortality statistics, communication of brain death, clinical status of donors and exclusion of donors for medical reasons, attitude of families, confirmation of donations, and extraction of organs and tissues; 2) 22 indicators related to organ transplantation, covering the surgical procedure per se and post-transplantation follow-up; and 3) 24 indicators related to the demand for organs and the resources of hospitals involved in the process. Conclusions Even if organ transplantation is a recent phenomenon, the high number of efficiency indicators described in the literature suggests that scholars interested in this field have been searching for ways to measure performance. However, there is little standardization of the indicators used. Also, most indicators focus on the donation step, suggesting gaps in the measurement of efficiency at others points in the process. Additional indicators are needed to monitor important stages, such as organ distribution (for example, organ loss indicators) and post-transplantation aspects (for example, survival and quality of life).