JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A persistência da veia cava superior esquerda ocorre isoladamente em 0,5% da população normal, porém nos pacientes com cardiopatia congênita chega a estar presente em 3% a 10% dos casos. O objetivo deste relato foi apresentar um caso de diagnóstico intraoperatório com o auxílio da ecocardiografia transesofágica e ressaltar a importância da sua utilização rotineira em intervenções cirúrgicas para correção de cardiopatia congênita. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 16 anos, ASA II, com diagnóstico prévio de comunicação interatrial (CIA) tipo seio venoso superior com drenagem anômala parcial de veias pulmonares em programação para correção cirúrgica da cardiopatia. Após indução da anestesia geral foi realizado ecocardiograma transesofágico (ETE). O exame inicial mostrou dilatação das câmaras cardíacas direitas, CIA tipo seio venoso superior de 17 milímetros, drenagem anômala da veia pulmonar superior direita desembocando na veia cava superior (VCS) direita e dilatação do seio coronário, o que aventou a possibilidade da persistência da veia cava superior esquerda. Para a confirmação da suspeita foram injetados no acesso venoso do braço esquerdo 10 mL de solução fisiológica a 0,9% (faz o papel de "contraste" no exame ecocardiográfico) e imediatamente após foram visualizadas as microbolhas passando pelo seio coronário, teste positivo para o diagnóstico de VCS superior esquerda persistente. CONCLUSÕES: A ecocardiografia transesofágica rotineira no intraoperatório de pacientes com cardiopatia congênita tem fundamental importância como método auxiliar não só ao cirurgião, muitas vezes influenciando diretamente na técnica cirúrgica empregada, como também para o anestesiologista, que pode extrair do exame uma série de informações úteis no manuseio hemodinâmico do paciente.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Isolated persistent left superior vena cava has an incidence of 0.5% in the normal population, but in patients with congenital cardiopathy its incidence ranges from 3% to 10%. The objective of this report was to present a case of intraoperative diagnosis with transesophageal echocardiography and to emphasize the importance of its routine use in surgical procedures for correction of congenital cardiopathies. CASE REPORT: This is a 16-year old male patient, ASA II, with a diagnosis of superior sinus venosus interatrial communication (IAC) with partial anomalous drainage of the pulmonary veins scheduled for the surgical correction of the cardiopathy. After induction of general anesthesia, transesophageal echocardiography (TEE) showed initially a dilation of the right cardiac chambers, a 17-mm superior sinus venosus IAC, anomalous drainage of the right superior pulmonary vein draining into the right superior vena cava (SVC), and dilation of the coronary sinus raising the possibility of persistent left superior vena cava. To confirm this suspicion, 10 mL of NS (works as a contrast in echocardiography) were injected in the venous access of the left arm, and microbubbles crossing the coronary sinus were observed immediately afterwards confirming the diagnosis of persistent left superior vena cava. CONCLUSIONS: Routine intraoperative transesophageal echocardiography in patients with congenital cardiopathy is a fundamental auxiliary method, not only for the surgeon, often having direct influence on the surgical technique used, but also for the anesthesiologist, who can get useful information for the hemodynamic management of the patient.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La persistencia de la vena cava superior izquierda ocurre de forma aislada en 0,5% de la población normal, sin embargo, en los pacientes con cardiopatía congénita llega a estar presente de un 3% a un 10% de los casos. El objetivo de este relato, fue presentar un caso de diagnóstico intraoperatorio con la ayuda de la ecocardiografía transesofágica y resaltar la importancia de su utilización de rutina en intervenciones quirúrgicas para la corrección de cardiopatía congénita. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo masculino, 16 años, ASA II, con diagnóstico previo de comunicación interatrial (CIA), tipo seno venoso superior, con drenaje anómalo parcial de venas pulmonares, programado para la corrección quirúrgica de la cardiopatía. Después de la inducción de la anestesia general, se realizó el ecocardiograma transesofágico (ETE). El examen inicial mostró lo siguiente: dilatación de las cámaras cardiacas derechas, CIA tipo seno venoso superior de 17 milímetros, drenaje anómalo de la vena pulmonar superior derecha desembocando en la vena cava superior (VCS) derecha, y dilatación del seno coronario, vislumbrándose así la posibilidad de la persistencia de la vena cava superior izquierda. Para la confirmación de la sospecha, se inyectaron en el acceso venoso del brazo izquierdo, 10 mL de solución fisiológica a 0,9% (haciendo el papel de "contraste" en el examen ecocardiográfico), e inmediatamente después, se visualizaron las micro burbujas pasando por el seno coronario, test positivo para el diagnóstico de VCS superior izquierda persistente. CONCLUSIONES: La ecocardiografía transesofágica de rutina en el intraoperatorio de pacientes con cardiopatía congénita, tiene una fundamental importancia como método auxiliar no solo para el cirujano, que muchas veces está influenciando directamente la técnica quirúrgica usada, sino también para el anestesiólogo, que puede extraer del examen una serie de informaciones útiles en el manejo hemodinámico del paciente.