Objetivo: revisar a literatura quanto ao diagnóstico etiológico das pneumonias agudas na faixa etária pediátrica. Fonte dos dados: revisão sistemática das citações do Medline e do Lilacs. Síntese dos dados: a utilização dos novos métodos diagnósticos, particularmente as técnicas imunológicas e a reação em cadeia da polimerase, de uso ainda incipiente no Brasil, tem se mostrado importante para a investigação epidemiológica e para a melhora no diagnóstico específico em termos de sensibilidade, especificidade e rapidez de resultados, com finalidade de orientação terapêutica adequada. A revisão dos estudos epidemiológicos das pneumonias agudas adquiridas na comunidade mostrou que o Streptococcus pneumoniae continua sendo o agente bacteriano mais importante, em todas as faixas etárias, tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. A resistência desse agente à penicilina e às cefalosporinas tem aumentado progressivamente em todos os continentes e tem-se constituído em um fator de preocupação. Os agentes de pneumonias atípicas, Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae mostram-se, atualmente, como agentes importantes de pneumonias agudas adquiridas na comunidade, particularmente em crianças acima de 4 a 5 anos de idade, correspondendo, em países desenvolvidos, a cerca de até um terço dos casos. No entanto, ainda não está definida a sua importância epidemiológica nos países em desenvolvimento. O vírus respiratório sincicial é um agente freqüente de PAC, pode determinar quadros mais graves, particularmente nos lactentes e crianças menores, sendo muito importante a sua investigação em crianças hospitalizadas por doença do trato respiratório inferior. A utilização das novas vacinas conjugadas contra Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae tipo b tiveram um impacto importante na morbidade e mortalidade das infecções causadas por esse agentes. Conclusões: a monitorização microbiológica e antimicrobiana deve ser um trabalho dinâmico e contínuo, e a procura e o desenvolvimento de novas vacinas, particularmente contra o vírus respiratório sincicial, poderá causar um grande impacto na prevenção das pneumonias agudas na infância.
Objective: to search literature related to the etiological diagnosis of acute pneumonia in children. Sources: systematic review of Medline and Lilacs databases. Summary of the findings: the use of new diagnostic methods such as immunological techniques and polymerase chain reaction has proven invaluable for specific diagnosis and epidemiological investigation, showing adequate sensitivity, specificity and promptness of results, with the aim of guiding therapy properly. Review of epidemiological studies of community acquired pneumonia showed that Streptococcus pneumoniae is still one of the most significant etiologic agents in all age groups, in developing and industrialized countries. Resistance of this agent to penicillin and cephalosporins is increasing in all continents and is worrisome. Atypical agents such as Mycoplasma pneumoniae and Chlamydia pneumoniae are common in community acquired pneumonia, mainly in children older than 4 years, representing one third of the cases in industrial countries. However, their prevalence in developing countries remain to be determined. Respiratory syncytial virus is also a very common etiology of community acquired pneumonia and may cause severe infections, mainly in infants and younger children. The introduction of new conjugated vaccines for Streptococcus pneumoniae and Haemophilus influenzae type b resulted in significant reduction of morbidity and mortality of pneumonia in children. Conclusions: a significant impact on morbidity and mortality of acute pneumonia in children is likely to occur if microbiological and antimicrobial control is continuously and dynamically performed, thus allowing for the development of new vaccines, particularly against the respiratory syncytial virus.