OBJETIVOS: Determinar a incidência de retinopatia da prematuridade e avaliar os principais fatores de risco implicados no seu desenvolvimento. MÉTODOS: Estudo coorte retrospectivo de base hospitalar realizado no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, no Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal (RN) - Brasil. A amostra foi composta por 663 recém-nascidos, com idade gestacional < 36 semanas e/ou peso ao nascimento < 1.500 g e submetidas ao protocolo de retinopatia da prematuridade existente no ambulatório de oftalmologia do hospital. As variáveis estudadas foram: gênero, peso ao nascimento, idade gestacional, tempo de oxigenioterapia, ventilação mecânica, sepse e transfusão sanguínea. Os dados foram analisados por meio dos testes do qui-quadrado, exato de Fisher e da regressão logística múltipla. RESULTADOS: Entre os 663 prontuários, retinopatia da prematuridade ocorreu em 414 casos (62,4%). Do total da amostra, 338 (51,0%) eram do sexo masculino e 282 (42,5%) do feminino. As médias e os desvios-padrão do peso, da idade gestacional e do tempo de oxigenioterapia foram, respectivamente, 1.334,9 ± 345,6 g, 31,9 ± 2,3 semanas e 10,0 ± 14,0 dias. A incidência de retinopatia em prematuros no período foi de 62,4%, com 58,0% dos casos em 2004, 67,2% em 2005 e 63,0% em 2006. A análise de regressão logística múltipla demonstrou que o peso <1.000 g (p<0,001; ORaj=17,18; IC= 6,52-45,29) e entre 1.000 g a 1.500 g (p=0,002; ORaj=4,20; IC= 1,68-10,48), o tempo de oxigenioterapia >20 dias (p=0,022; ORaj=3,40; IC= 1,19-9,69) e a transfusão sanguínea (p=0,022; ORaj=2,06; IC= 1,11-3,83) são fatores independentes de risco para a doença. CONCLUSÕES: O estudo demonstra uma alta incidência da patologia no serviço. O baixo peso ao nascer, um tempo prolongado de oxigenoterapia, bem como a transfusão sanguínea são fatores associados ao desenvolvimento da retinopatia da prematuridade. Idade gestacional não é um dado confiável para a triagem dos neonatos realizada pelo setor.
PURPOSES: To determine the incidence of retinopathy of prematurity and assess the main risk factors involved in its development. METHODS: Retrospective cohort study carried out from January 2004 to December 2006, at University Hospital Onofre Lopes, Natal (RN) - Brazil. The sample was composed of 663 newborns, with less than or equal to 36 weeks of gestational age and/or birth weight less than or equal to 1,500 g, submitted to the protocol of retinopathy of prematurity in the ophthalmology department of the hospital. The variables were: gender, birth weight, gestational age, duration of oxygen therapy, mechanical ventilation, sepsis and blood transfusion. Data were analyzed through the chi-squared test, Fisher's exact test and logistic regression model. RESULTS: Of the 663 cases, retinopathy of prematurity occurred in 414 (62.4%). Of the total sample, 338 (51.0%) were male and 282 (42.5%) female. Mean and standard deviation of weight, gestational age and duration of oxygen therapy were, respectively, 1,334.9 ± 345.6 g, 31.9 ± 2.3 weeks and 10.0 ± 14.0 days. The incidence of retinopathy in premature newborns in the period was 62.4%, 58.0% of cases in 2004, 67.2% in 2005 and 63.0% in 2006. The multiple logistic regression analysis showed that the weight less than 1,000 g (p<0.001; adjOR=17.18, CI= 6.52-45.29) and between 1,000 g and 1,500 g (p=0.002; adjOR -4.20 CI= 1.68-10.48), the time of oxygen lounger than 20 days (p=0.022; adjOR=3.40, CI= 1.19-9.69) and blood transfusion (p=0.022; adjOR -2.06, CI= 1.11-3.83) are independent factors for the disease. CONCLUSIONS: The study showed a high incidence of the disease in the service. A low birth weight, a prolonged oxygen therapy and blood transfusion are factors associated with the development of retinopathy of prematurity. Gestational age is not a reliable parameter for screening of newborns in the service.