Com o objetivo de analisar a associação do tabagismo e aspectos familiares, entre os quais o abuso físico parental, foi realizado um levantamento epidemiológico em 604 usuários dos ambulatórios do Hospital Universitário Júlio Müller da Universidade Federal de Mato Grosso, na faixa etária de 18 a 85 anos, de março a agosto de 2013. Aplicado questionário sobre os aspectos biossociodemográficos, familiares e tabagismo, sendo este definido conforme os critérios do Ministério da Saúde. Utilizou-se a análise bivariada, com teste do qui-quadrado e exato de Fisher e regressão de Poisson, com as medidas de associação de razão de prevalência com intervalo de confiança (IC) de 95%. A prevalência de tabagismo foi de 18,2%. No modelo final da análise observou-se que os fatores de exposição associados com significância estatística foram: abuso físico parental paterno, isto é, da figura do pai (RP 1,16; IC95% 1,03-1,31), escolaridade (RP 1,13; IC95% 1,06-1,20) e não ter os pais vivos (RP 1,12; IC95% 1,05-1,20); e como fator de proteção, conviver com os pais toda a infância (RP 0,75; IC95% 0,69-0,82) e ser da raça branca (RP 0,91; IC95% 0,85-0,97). Os resultados indicam que a prevalência do tabagismo na população estudada está associada às relações estabelecidas na família. Sugere-se que a família seja considerada na implementação de ações educativas de prevenção.
This study was done from March to August 2013 and examined the association between smoking and family aspects in a sample of 604 patients from the Júlio Muller University Hospital, Federal University of Mato Grosso in Cuiabá, Brazil. A questionnaire about bio-demographic, family history and smoking aspects was applied, which was defined according to the criteria of the Ministry of Health. Bivariate analysis with chi-square and Fisher's exact and Poisson regression was used with the association measures of prevalence ratios with confidence interval (CI) of 95%.The prevalence of smoking was 18.2%. It was observed that the exposure factors associated with statistic significance were: paternal physical abuse, ie, the father figure (PR 1.16; 95%CI 1.03-1.31), education (RP 1.13; 95%CI 1.06-1.20), and dead parents (RP 1.12; 95%CI 1.05-1.20); and as a protective factor to be white (PR 0.91; 95%CI 0.85-0.97) and living with parents (RP 0.75; 95%CI 0.69-0.82). Results indicate that the prevalence of smoking in the studied population is associated with established relationships in the family. This study suggests that family preventive educative actions must be carried in order to achieve changes in smoking behavior.