Resumo A meta 6 da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC) da Convenção de Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB) propõe que, em 2020, pelo menos 75% das terras destinadas à produção em cada setor serão manejadas de forma sustentável, em alinhamento com a conservação da diversidade vegetal. A meta 11 determina que em 2020 nenhuma espécie da flora silvestre será ameaçada pelo comércio internacional. Ambas as metas, portanto, são relacionadas à produção, consumo e comércio internacional, que se espera que tenham uma base sustentável, para que as metas sejam alcançadas. Esse artigo examina os avanços do Brasil em direção ao alcance dessas metas, focalizando em três setores econômicos (agricultura, pecuária e silvicultura), que são historicamente responsáveis pela maior parte da conversão de ecossistemas nativos no país e na América do Sul. O Brasil criou várias políticas inovadoras para promover a sustentabilidade desses setores. Contudo, várias dessas políticas precisam ser de fato implementadas para gerar resultados tangíveis. O sucesso dessas políticas ainda é variável até aqui. Enquanto a conversão de habitats devida à expansão da produção rural, bem como o volume do comércio ilegal de madeira, tenham reduzido significativamente, os números absolutos de hectares de ecossistemas nativos convertidos em agricultura, pastagem ou silvicultura ainda é elevado, especialmente no Cerrado e na Amazônia. Além disso, o número de espécies ameaçadas por exploração ilegal de madeira ou para outros fins também é alto, particularmente na Amazônia e na Mata Atlântica.
Abstract Target 6 of the Global Strategy for Plant Conservation of the United Nations Convention on Biological Diversity states that by 2020 at least 75% of production lands in each sector will be managed sustainably, consistent with the conservation of plant diversity. Target 11 stipulates that by 2020 no species of the wild flora will be threatened by international trade. Both targets, therefore, are related to production, consumption and trade, which must be sustainable if the targets are to be achieved. Here we examine Brazil's progress in achieving these two targets. We focus on the three economic sectors of agriculture, cattle raising and forestry, which are historically responsible for most of the native-ecosystem conversion in the country and in South America. Brazil has set a number of innovative policies for moving these sectors towards a sustainable path. However, the country needs to put these policies into action to generate tangible results. The results of all efforts so far are mixed. Whereas ecosystem conversion due to the expansion of rural production and the volume of illegal international logging trade have been reduced significantly, the absolute number of hectares of native ecosystems converted into cropland, pastureland or planted forests remains high, especially in Amazonia and the Cerrado. In addition, the number of species threatened by illegal timber exploration remains high mainly in Amazonia and the Atlantic forest.