RESUMO Até o início do século XX, o Brasil era essencialmente um país rural, dinâmica que tem se modificado com as novas vias de comunicações. Os agricultores têm se deslocado para os grandes centros em busca de melhores oportunidades. Esse processo marca uma nova configuração social e, consequentemente, linguística, visto que o falante, no ambiente citadino, se submete a uma nova situação dialetal, muitas vezes marcada por processos de desenraizamento linguístico. Discute-se a manutenção ou perda de marcas lexicais conceituadas como rurais, a partir da análise dos dados coletados pelo Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (2018), em 12 localidades do Tocantins, junto a 96 informantes estratificados por sexo, idade e tipo de mobilidade.
ABSTRACT Up to the early 20th century, Brazil was preponderantly a rural country. These status has changed due to the new communication routes. Farmers have transferred themselves to the great urban centers in search of better opportunities. The process has frequently impacted social attitudes and, consequently, a different linguistic stance. In the city milieu, the speaker encounters a new dialectical situation which is often marked by linguistic uprooting processes. A discussion ensues on the maintenance or loss of lexical markings, characterized as rural, on data collected in 12 sites in Tocantins, Brazil, from 96 informants stratified by gender, age and type of mobility, from the Topodynamic and Topostatic Linguistic Atlas of the State of Tocantins.