Homens e mulheres estiveram, historicamente, imersos em redes sociais distintas. Quanto tal fato poderia estar repercutindo, ainda hoje, na situação das mulheres, enquanto empreendedoras? Apesar de sua importância, a literatura sobre empreendedorismo feminino, imersão e redes sociais é relativamente recente. O presente trabalho, de cunho teórico-empírico, avança nesse campo, ao analisar, no contexto de uma metodologia quantitativa, o processo de criação de empresas de mulheres, comparando-o com o dos homens. Conclui-se que existem diferenciações tanto na natureza da imersão como na maneira como as mulheres utilizam as redes na construção de seus empreendimentos. As mulheres recorrem, relativamente mais, a laços que lhe são mais próximos, para informações e suporte. O artigo apresenta quatro tipos de contribuições. No plano teórico oferece alguns elementos para a reflexão sobre a universalidade versus as peculiaridades do comportamento empreendedor e avança na compreensão e operacionalização do conceito de imersão. No plano metodológico, além do caráter inédito da pesquisa quantitativa e comparativa, também introduz, como inovação, um conjunto de indicadores sobre imersão. No plano prático, ao desvendar aspectos pouco conhecidos da dinâmica empreendedora feminina, gera subsídios para a concepção de políticas públicas.
Men and women have been historically embedded in differentiated social networks. The female trajectory has been conditioned by the presence of strong ties. Such circumstances may have led to peculiar repercussions on women's roles as entrepreneurs. Despite their relevance, studies piecing together gender, entrepreneurship, embeddedness and social networks are relatively new. This paper, drawing on both theoretical insights and quantitative empirical research, attempts to shed light on the phenomenon of female entrepreneurship as it stands against male entrepreneurship. The results suggest that both women and men are embedded in different social networks, and that each of them use their ties in a different way, in so far as their businesses creation goes. Women are relatively more prone to using closer ties to gather information and support. This article offers four contributions. First, at the theoretical level, some new insights offered on the universality versus peculiarities of entrepreneurial behavior. Contributions are also offered, on methodological grounds, including the use of some indicators of embeddedness to analyze and compare the two entrepreneurial groups. At the practical level, by revealing some little-known aspects of the feminine entrepreneurial dynamic, it provides ideas for the formulation of public policy.