O artigo apresenta uma avaliação crítica do conceito de "múltiplas modernidades" que ganhou terreno na Sociologia na década de 1990. Ele rejeita essa noção como tanto conceitualmente equivocada quanto empiricamente infundada e propõe um conceito alternativo - de "variedades da modernidade" -, que se acredita resolver mais facilmente as questões substantivas do conceito anterior, ao mesmo tempo em que permite que se fale de "modernidade" no singular. A principal fonte de inspiração para esse conceito alternativo são as variedades do paradigma capitalista que guia a literatura da Nova Economia Política; uma de suas vantagens em relação ao paradigma das múltiplas modernidades é o foco nas instituições, muito mais que nas vagas e pouco explicativas noções de "cultura" e "diferença cultural". Entretanto, a abordagem de variedades da modernidade que siga essa via tem que ser muito mais ampla e compreensiva e deve, portanto, ser mais difícil de desenvolver e de aplicar que o paradigma de variedades do capitalismo. Mas mesmo que em última instância ela prove-se impraticável, a mera consideração de seus pré-requisitos metodológicos ainda promete fornecer valiosas sugestões para os pesquisadores da modernidade.
The article offers a critical appraisal of the concept of multiple modernities that has been gaining ground in sociology during the past decade. It rejects this concept as both conceptually flawed and empirically unfounded, and it proposes an alternative concept, that of varieties of modernity, which is believed to be better able to address the former’s substantive concerns, while at the same time permitting us to speak of modernity in the singular. The main source of inspiration for such an alternative concept is the varieties of capitalism paradigm guiding the new political economy literature, and one of its advantages over the multiple modernities paradigm is its focus on institutions, rather than vague, barely explicated notions of culture and cultural difference. However, a varieties of modernity approach that followed its lead would have to be much broader and more comprehensive, and would therefore be more difficult to develop and to apply, than the varieties of capitalism paradigm. But even if it ultimately proved infeasible, the very consideration of its methodological prerequisites would still promise to yield valuable insights for students of modernity.
Cet article présente une évaluation critique du concept «multiples modernités» qui s’est répandu en Sociologie dans les années 1990. Il refuse cette notion non seulement car elle est erronée sur le plan conceptuel, mais aussi elle est empiriquement sans fondement. Il propose donc un autre concept: celui de «variations de la modernité», car celui-ci répond mieux aux questions substantives du concept antérieur, et en même tempos permet que le mot «modernité» soit employé au singulier. L’inspiration à ce concept innovateur est issue des variations du paradigme capitaliste orientant la littérature de la Nouvelle Economie Politique; l’un des avantages à l’égard du paradigme des multiples modernités est l’importance attribuée plutôt aux institutions qu’aux imprécises et peu claires notions de «culture» et de «différence culturelle». Cependant, l’approche variations de la modernité prenant cette voie doit être plus vaste et compréhensive et doit donc être plus difficile de mettre en oeuvre que le paradigme de variations du capitalisme. Même si cette approche a la contrainte d’être impraticable, la prise en compte de ses exigences méthodologiques pourront offrir de précieuses suggestions aux chercheurs de la modernité.