Resumo: Introdução: A necessidade de garantir a autonomia do indivíduo na construção do seu bem-estar evidencia a busca de novas formas de levar conhecimento sobre saúde à população. Uma delas, pelos meios de comunicação em massa, como o rádio, pode alcançar públicos nas mais longínquas localidades, de modo a dinamizar o processo de melhoria da qualidade de vida e mudar o paradigma dos processos de saúde. Nesse sentido, nasce o projeto de extensão “A voz universitária” que leva informações de saúde e bem-estar, pela Rádio 93.1 FM, para mais de 400 mil habitantes na região da Transamazônica. Este trabalho tem como objetivo descrever as experiências dos integrantes desse projeto durante sua primeira fase. Relato de experiência: O projeto contribuiu com a distribuição de materiais informativos de formas física (cartilhas educativas) e digital e via rádio sobre temáticas gerais de saúde, qualidade de vida e cidadania. Distribuíram-se mais de três mil unidades da cartilha impressa a comunidades ribeirinhas do Xingu, além da disponibilização no formato digital à Secretaria Municipal de Educação de Altamira. Além disso, ao longo dos primeiros seis meses de implementação, o projeto abordou via rádio mais de 40 temáticas e reuniu mais de 20 profissionais de saúde locais para conversar com o público. Discussão: A garantia da autonomia do indivíduo para identificar sua urgência de ajuda e procurar auxílio quando necessário é uma forma de dinamizar as práticas de saúde, com especial atenção às comunidades historicamente marginalizadas e socialmente vulneráveis como os indígenas e ribeirinhos do Xingu, que sem acesso a outros meios de comunicação, senão o rádio, teriam mais dificuldade em receber essas informações. Assim, os meios de comunicação em massa se mostram efetivos na construção de um saber científico inclusivo para comunidades tradicionais. Conclusão: Os meios de comunicação em massa e comunicação digital são importantes ferramentas para a prática médica, pois permitem que esta saia dos muros do modelo biomédico e curativista e abra novos horizontes para a resolução dos problemas de saúde sem a necessidade da intervenção direta de um profissional, de modo a garantir a autonomia do indivíduo na construção do seu bem-estar e reaproximar a comunidade acadêmica da sociedade.
Abstract: Introduction: The need to guarantee the individual’s autonomy in the construction of their well-being demonstrates new ways of informing the public about health. One of these, the mass media, like radio, can reach people in the most distant locations, streamlining the process of improving quality of life and changing the paradigm of health processes. Thus, the community outreach project “University Voice” spread health information to more than 400,000 people in the Transamazonica region. This article aims to describe the experiences of the members of this project during the first phase of its implementation. Experience report: The project contributed to the dissemination of physical informative materials (educational booklets), digital materials and information via radio about health, quality of life and citizenship. Three thousand booklets were distributed. Furthermore, the booklet was provided to the city’s Education Department in digital format. For six months, the project addressed more than forty topics and twenty local health workers had the opportunity to speak with to listeners of the radio station. Discussion: Ensuring the individual’s autonomy to identify the need for help and seek it when necessary is a way to enhance health practices, with special attention to historically marginalized and socially vulnerable communities such as the indigenous and riverside inhabitants of Xingu, who, without access to other means of communication but radio, face more difficulty in receiving this information. The mass media, therefore, are effective in building inclusive scientific knowledge in traditional communities and among the general public. Conclusion: Mass media and digital communication become important tools for medical practice, leaving the walls of the biomedical and curative model and expanding the horizons for health care without the direct intervention of a physician. This can guarantee the individual autonomy in the construction of a healthy life and bring the academic community closer to the public.