Resumo O presente ensaio destaca a importância de análises críticas sobre a cooperação internacional em saúde a partir da reflexão sobre a diplomacia, reconhecendo os limites e as possibilidades éticas da cooperação nesse contexto. Enfatiza a importância da perspectiva histórica, ao destacar as circunstâncias da consolidação do atual sistema internacional, quando, após dois conflitos bélicos mundiais, os países vitoriosos criaram a Organização das Nações Unidas, que hoje reúne todas as nações do Mundo, embora a maioria dos países seja francamente favorável a mudanças expressivas dessa institucionalidade. Ressalta a relevância da dimensão bioética, conquanto princípios aprovados em documentos da própria ONU são sistematicamente desconsiderados, principalmente em vista da evolução das desigualdades pari passu as assimetrias de conhecimento e usufruto de inovações que segmentam as nações. A reflexão também destaca a cooperação Sul-Sul como fundamental para as análises em torno da desigualdade e dependência demarcadoras da bipolaridade Norte-Sul e Leste-Oeste. São esses, em suma, os elementos guias para o aprofundamento da análise e dos encaminhamentos relativos à cooperação internacional em saúde, deixando de lado visões catastróficas ou ilusões idealistas.
Abstract This essay stresses the importance of undertaking a critical analysis of international cooperation for health based upon reflections on diplomacy, acknowledging the ethical limits and possibilities of cooperation within this context. It emphasizes the importance of adopting an historical perspective, highlighting the circumstances surrounding the consolidation of the current international system, whereby, after two world wars, the victorious countries created the United Nations Organization, which today brings together all the world’s nations, notwithstanding the fact that the majority of countries are in favor of significant changes to its institutional framework. It also stresses the importance of the bioethics dimension, despite the systematic disregard of principles adopted in relevant UN documents, especially in view of inequalities pari passu with asymmetries of knowledge and enjoyment of innovations that separate nations. This reflection also suggests that South-South cooperation is fundamental to the analysis of the inequality and dependence that demarcate North-South and East-West bipolarity. These reflections are, in short, important guiding elements for deepening analysis and resolutions in the arena of international cooperation for health, leaving aside catastrophic visions and idealistic illusions.
Resumen Este ensayo subraya la importancia del análisis crítico de la cooperación internacional en salud a partir de la reflexión sobre la diplomacia, reconociendo sus límites y posibilidades éticas. Destaca la importancia de la perspectiva histórica para poner de relieve las circunstancias de la actual consolidación del sistema internacional cuando, después de dos guerras mundiales, los países vencedores crearon la Organización de las Naciones Unidas. Ella reúne a todas las naciones del mundo, aunque la mayoría de los países defienda cambios expresivos en la institución. Pone énfasis en la dimensión bioética, no obstante principios aprobados en documentos de la propia ONU no los lleven en cuenta, de manera sistemática, en vista de la evolución de las desigualdades, asimetrías de conocimiento y disfrute de las innovaciones que segmentan las naciones. También se destaca la cooperación Sur-Sur como fundamental para el análisis en torno a la desigualdad y la dependencia Norte-Sur y Este-Oeste. Estos son los elementos que configuran la guía para profundizar el análisis y las deliberaciones relativos a la cooperación internacional en salud, dejando las visiones catastróficas o ilusiones idealistas, en ambos casos, formuladas sin tener en cuenta tales supuestos.