JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ablação de fibrilação atrial (FA) é um procedimento novo em nosso meio, embora seja comum em outros centros. A escolha da anestesia, monitores e cuidados anestesiológicos para esse procedimento, realizado fora do bloco cirúrgico, não tem sido descrita. O objetivo deste relato foi descrever uma técnica de anestesia para a realização de ablação de FA. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 49 anos, 73 kg, 155 cm, ASA II por hipertensão arterial sistêmica. A monitorização constou de eletrocardiograma com 12 derivações, oximetria de pulso, frequência cardíaca, eletroencefalografia bispectral para medidas de BIS, taxa de supressão (SR) e SEF95 e pressão arterial média (PAM). A indução anestésica foi realizada com propofol por via venosa, em infusão alvo-controlada (IAC), com alvo regulado em 4 µg.mL-1, remifentanil por via venosa, em IAC, com alvo de 3 ng.mL¹, e rocurônio por via venosa em bolus na dose de 0,2 mg.kg-1. O modelo farmacocinético de propofol utilizado foi o descrito por Marsh e incorporado à bomba de propofol PFS®. O modelo farmacocinético de remifentanil utilizado foi o descrito por Minto e incorporado à bomba de infusão Alaris PK®. As concentrações, no local efetor ou biofase, corresponderam às informações obtidas através das bombas de infusão e representaram medidas preditivas das concentrações de ambos os fármacos nos respectivos locais de ação. As concentrações de propofol e de remifentanil foram reguladas de acordo com o BIS e a PAM, respectivamente. CONCLUSÕES: A anestesia venosa total para ablação de FA pode ser uma opção segura, levando-se em conta que não há alteração da eletrofisiologia das vias acessórias. A literatura é escassa a este respeito e novas publicações poderão ou não justificar esta modalidade de anestesia durante ablação de FA.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Although ablation of atrial fibrillation (AF) is common in other centers, among us it is a new procedure. The choice of anesthesia, monitors, and anesthesiologic care for this procedure performed outside the surgical center has not been described. The objective of this report was to describe an anesthesia technique for ablation of AF. CASE REPORT: This is a 49-year old female weighing 73 kg, 155 cm, and ASA II due to hypertension. The patient was monitored with a 12-lead ECG, pulse oximetry, heart rate, bispectral electroencephalography for BIS measurement, suppression rate (SR), and SEF95, and mean arterial pressure (MAP). Intravenous target-controlled infusion (TCI) of propofol with a target of 4 µg.mL-1, intravenous TCI of remifentanil with a target of 3 ng.mL-1, and intravenous bolus of rocuronium 0.2 mg.kg-1 were used for induction of anesthesia. The pharmacokinetic model of propofol described by Marsh was used and incorporated into the propofol PFS pump®. The pharmacokinetic model of remifentanil described by Minto was incorporated into the Alaris PK® infusion pump. Local effector, or biophase, concentrations corresponded to the information obtained from the infusion pumps and represented predictive measurements of the concentrations of both drugs on their sites of action. The concentrations of propofol and remifentanil were regulated according to BIS and MAP, respectively. CONCLUSIONS: Total intravenous anesthesia for ablation of AF can be a safe option considering the lack of electrophysiological changes in accessory pathways. The literature on this subject is scarce and new publications could justify, or not, this type of anesthesia during ablation of AF.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La ablación de fibrilación atrial (FA) es un procedimiento nuevo en nuestro medio, aunque sea común en otros centros. No han sido descritos la elección de la anestesia, los monitores y los cuidados anestesiológicos para ese procedimiento realizado fuera del bloque quirúrgico. El objetivo de este relato fue describir una técnica de anestesia para la realización de la ablación de FA. RELATO DEL CASO: Paciente femenina, 49 años, 73 kg, 155 cm, ASA II por hipertensión arterial sistémica. El monitoreo tuvo un electrocardiograma con 12 derivaciones, oximetría de pulso, frecuencia cardiaca, electroencefalografía bispectral para medidas de BIS, tasa de supresión (SR) y SEF95, y presión arterial promedio (PAM). La inducción anestésica fue realizada con propofol por vía venosa, en infusión objeto-controlada (IAC), con objeto regulado en 4 µg.mL-1, remifentanil por vía venosa, en IAC, con objeto de 3 ng.mL-1, y rocuronio por vía venosa en bolo con dosis de 0,2 mg.kg-1. El modelo farmacocinético de propofol utilizado fue el descrito por Marsh y fue incorporado a la bomba de propofol PFS®. El modelo farmacocinético de remifentanil utilizado fue el descrito por Minto y fue incorporado a la bomba de infusión Alaris PK®. Las concentraciones en el local efector o biofase, correspondieron a informaciones obtenidas a través de las bombas de infusión, y representaron medidas de predicción de las concentraciones de los dos fármacos en los respectivos locales de acción. Las concentraciones de propofol y de remifentanil se regularon a tono con el BIS y la PAM, respectivamente. CONCLUSIONES: La anestesia venosa total para la ablación de FA, puede ser una opción segura si tenemos en cuenta que no hay alteración de la electrofisiología de las vías accesorias. La literatura es escasa en ese sentido, y nuevas publicaciones podrán o no justificar esa modalidad de anestesia durante la ablación de FA.