A suplementação de proteína pode ser uma alternativa na redução do potencial erosivo de bebidas ácidas. O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o potencial erosivo do suco de laranja modificado por proteínas da dieta. A um suco de laranja disponível comercialmente foi adicionado 0,2 g/L de caseína, 2,0 g/L de ovalbumina e suas combinações. O suco sem aditivos, e um suco suplementado com cálcio foram utilizados como controles negativos e positivos, respectivamente. Espécimes de esmalte humano e de dentina radicular (n=11) foram testados em um modelo de ciclagem de erosão-remineralização. O esmalte foi analisado por microdureza de superfície e perfilometria, enquanto que a dentina, apenas por perfilometria. As análises estatísticas foram realizadas utilizando ANOVA um fator seguido pelo Teste de Tukey (p<0.05). O suco suplementado com cálcio mostrou o menor potencial erosivo para ambas as análises (p<0,05). Em relação ao esmalte, os grupos com adição de proteína não diferiram entre si (p>0,05) e mostraram significativamente uma menor perda de esmalte em relação ao grupo controle negativo (p<0,05). Para a microdureza, a caseína apresentou os maiores valores em relação ao controle negativo (p<0,05). Para a dentina, nenhum dos grupos com adição de proteína apresentou valores de perda de superfície menores quando comparados ao grupo controle negativo (p>0,05). Conclui-se que, para o esmalte os sucos de laranja modificados por proteínas apresentaram uma redução da erosão, com a caseína mostrando uma tendência para melhor proteção. Para a dentina, nenhuma redução da erosão foi observada para os sucos de laranja modificados por proteínas testados neste estudo.
Protein supplementation may be an alternative to reduce the erosive potential of acidic drinks. The aim of this in vitro study was to evaluate the erosive potential of an orange juice modified by dietary proteins. A commercially available orange juice was added 0.2 g/L casein, 2.0 g/L ovalbumin and their combination. The juice with no additives and a commercially available calcium-modified juice were used as negative and positive controls, respectively. Human enamel and dentin specimens (n=11) were tested in an erosion-remineralization cycling model. Enamel was analyzed by surface microhardness and profilometry, whilst dentin by profilometry only. Statistical analyses were performed using one-way ANOVA followed by Tukey's test (p<0.05). Calcium-modified juice showed the lowest erosive potential for both analyses (p<0.05). For enamel, the protein-added groups did not differ from each other (p>0.05) and showed significantly lower enamel loss compared to negative control (p<0.05). Regarding surface microhardness, casein showed the highest values compared to negative control (p<0.05). For dentin, none of the protein-added groups showed lower values of surface loss compared to negative control (p>0.05). In conclusion, for enamel the protein-modified orange juices presented reduced erosion of enamel, with casein showing a trend for better protection. For dentin, no reduction in the erosive potential was observed for the tested protein-modified orange juices.