Resumo A Escala de Frustração e Desconforto (EFD) avalia as crenças de intolerância à frustração. Este trabalho objetivou: adaptar esse instrumento para o contexto brasileiro; buscar evidências de validade de conteúdo, de estrutura interna e com base na relação com variáveis externas e, por fim, verificar a relação entre os níveis de intolerância à frustração com gênero e idade dos participantes. A amostra foi composta por 293 indivíduos, com idade média de 21.6 anos (DP = 3.57). Foram aplicados a EFD, O Patient Health Questionnaire-4 (PHQ-4) e um questionário sociodemográfico. Os resultados da análise fatorial exploratória indicaram a pertinência de solução fatorial composta por duas dimensões. Quanto a consistência interna, foram verificados bons índices para ambos os fatores e para a escala. Observou-se associação positiva e estatisticamente significativa entre a EFD e o PHQ-4, atestando a validade baseada na relação com variáveis externas. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas nos níveis de intolerância à frustração em razão do gênero e idade. Baseado nesses achados, conclui-se que a versão adaptada da EFD apresentou propriedades psicométricas satisfatórias, sendo adequada para investigação da intolerância à frustração, possibilitando que pesquisadores e profissionais investiguem como esse construto se manifesta na população brasileira e como ele se relaciona com variáveis associadas à saúde mental.
Abstract The Frustration Discomfort Scale (FDS) assesses beliefs about frustration intolerance. This study aimed at adapting this instrument to the Brazilian context, providing evidence for content validity of internal structure, and based on the relationship with external variables. In addition, we verified the relationship of the level of frustration intolerance with the gender and age of the participants. The sample consisted of 293 individuals, with an average age of 21.6 years(SD = 3.57). The FDS, the Patient Health Questionnaire-4 (PHQ-4), and a sociodemographic questionnaire were applied. The exploratory factor analysis results indicated the best solution to be a structure with two dimensions. Good indexes of internal confidence were found for both factors and the whole scale. A positive and statistically significant association was observed between the FDS and PHQ-4, which attests to the validity based on its relationship to external variables. No statistically significant differences of frustration tolerance were identified for gender or age. Based on these findings, we conclude that the adapted version of the FDS has satisfactory psychometric properties and is suitable for investigating intolerance to frustration, enabling researchers and professionals to investigate how this construct is manifested in the Brazilian population and how it relates to variables associated with mental health.
Resumen La Escala de Frustración y Malestar (EFM) evalúa las creencias de intolerancia a la frustración. Este trabajo tuvo como objetivo adaptar este instrumento al contexto brasileño; buscar evidencias de validez de contenido, de estructura interna, y en función de la relación con variables externas y, finalmente, verificar la relación entre los niveles de intolerancia a la frustración con el género y la edad de los participantes. La muestra estuvo formada por 293 individuos, con una edad promedio de 21.6 años (DE = 3.57). Se aplicó el EFM, el Patient Health Questionnaire-4 (PHQ-4) y un cuestionario so-ciodemográfico. Los resultados del análisis factorial exploratorio indicaron la relevancia de una solución factorial compuesta por dos dimensiones. En cuanto a la consistencia interna, se encontraron buenos índices para ambos factores y para la escala. Hubo asociación positiva y estadísticamente significativa entre el EFM y el PHQ-4, lo que da fe de la validez en función de la relación con variables externas. No se identificaron diferencias estadísticamente significativas en los niveles de intolerancia a la frustración por género y edad. Con base en estos hallazgos, se concluye que la versión adaptada del EFM tuvo propiedades psicométricas satisfactorias, apta para la investigación de la intolerancia a la frustración, permitiendo a investigadores y profesionales investigar cómo este constructo se manifiesta en la población brasileña y cómo se relaciona con las variables asociadas con la salud mental.