Estudo realizado em 117 pacientes infectados pelo HIV, internados em um hospital de referência, no período de um ano, compreendido entre 1/10/95 a 30/9/96. Todos os pacientes tinham idade igual ou superior a 15 anos e se submeteram à coleta de escarro para pesquisa de BAAR, por indicação clínica. Todas as 117 amostras coletadas foram submetidas à baciloscopia, 116 à cultura (ocorreu contaminação em uma amostra) e teste de sensibilidade em todas as 39 cepas isoladas. As cepas foram avaliadas pelos testes de PNB e TCH e em seguida encaminhadas a um centro de referência laboratorial para tipificação da espécie. A baciloscopia foi positiva em 34,2% (40/117) das amostras. Entre as 39 cepas isoladas, três não pertenciam ao complexo M. tuberculosis (M. avium intracelulare em duas e não identificada em uma). A taxa de resistência atribuída ao M. tuberculosis isoladamente foi de 13,90% (5/36). Não foi encontrada resistência atribuída a uma única droga e a combinação responsável pela maior taxa de resistência foi a de rifampicina com isoniazida. A resistência primária e secundária foi, respectivamente, de 20% (4/20) e de 9,1% (1/10). Entre os aspectos sociodemográficos e clínicos, a resistência às drogas esteve significativamente associada apenas a maior número de internações prévias (p < 0,03). Esses dados sugerem uma possível transmissão intra-hospitalar de cepas multirresistentes entre pacientes infectados pelo HIV.
This study was performed in 117 patients infected by HIV, admitted to a reference hospital, in a period of one year (from 10/1/95 to 9/30/1996). All patients were 15 years old or more and had their sputum collected for AFB research, by clinical indication. All the 117 collected samples were submitted to bacilloscopic examination and 116 to culture (due to contamination in one sample) and also drug susceptibility test in all the 39 isolated strains. The strains were evaluated by PNB and TCH tests, and sent to a reference laboratory to typify the specimens. The bacilloscopic examination was positive in 34.2% (40/117) of the samples. From the 39 isolated strains, three did not belong to the M. tuberculosis complex (M. avium intracellulare in two, and one not identified strain). The resistance rate attributed separately to the M. tuberculosis was 13.90% (5/36). Resistance was not found that could be attributed to a single drug and the combination responsible for the highest resistance rate was that of rifampicin and isoniazid. The primary and secondary resistance was 20% (4/20) and 9.1% (1/10), respectively. Among social-demographic and clinical aspects, drug resistance was just significantly associated to a larger number of previous hospitalization (p < 0.03). These data suggest an intrahospital possible transmission of MDR (multi drug resistant) strains, among patients infected by HIV.