Resumo A presente pesquisa caracteriza-se por um estudo de caso que objetiva analisar os itinerários terapêuticos de saúde de moradores de um quilombo do agreste de Alagoas, identificando as formas de cuidado cotidianas presentes no território. A pesquisa tem como perspectiva a noção de saúde e direitos humanos, no entendimento da saúde enquanto um direito fundamental garantido a todo ser humano. Participaram do estudo cinco moradores da comunidade que apresentam histórico de agravo e/ou doença: uma jovem mulher, acima de 18 anos; uma adulta, dois idosos e uma idosa. A pesquisa teve como instrumentos diário de campo e entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas nas residências dos participantes, após transcritas foram submetidas a análise de conteúdo e apresentadas três trajetórias de cuidado presentes no território, definidas como: Automedicação e religiosidade como alternativas à saúde; Chás, ervas e conhecimentos populares como prática de cuidado; Entre a atenção básica, práticas privatistas e benzimentos. Os resultados da pesquisa demonstram que os primeiros recursos acionados pelos moradores são a automedicação, o uso de chá e ervas, a práticas religiosas, a conversas com vizinhos, e as rezas e benzimentos. O segundo passo à resolubilidade do agravo é a busca por medicamentos na UBS e o terceiro passo o atendimento hospitalar e serviços particulares. Apesar de haver no território abrangência do serviço de saúde o mesmo não responde as necessidades da comunidade, sendo que a mesma busca a resolubilidade de seus agravos em práticas populares, automedicação e serviços privados de saúde.
Abstract The research is characterized by a case study that analyzes the therapeutic health itineraries of residents of a quilombo of the agreste of Alagoas, identifying the daily forms of care present in the territory. The research has as its perspective the concept of health and human rights, in the understanding of health as a fundamental right guaranteed to every human being. Five community residents with a history of illness and/or illness participated in the study: 1 young woman, over 18 years old; 1 adult, 2 elderly and 1 elderly. The research had as instruments a field diary and a semi-structured interview. The interviews were carried out in the participants’ homes. After being transcribed, they were submitted to content analysis and presented three care trajectories present in the territory: Self-medication and religiosity as alternatives to health; Teas, herbs and popular knowledge as a practice of care; Between the basic attention, privatization practices and blessings. The results of the research demonstrate that the earliest resource mobilized by residents is self-medication, tea and herbal use, religious practices, neighborly conversations, and prayers and blessings. The second step to the resolution of the problem is the search for medicines in the UBS and the third step is hospital care and private services. Although there is access to health service, it does not respond to the needs of the community, as it seeks responses to diseases in popular practices, self-medication and private health services.
Resumen La presente investigación se caracteriza por un estudio de caso que objetiva analizar los itinerarios terapéuticos de salud de moradores de un quilombo del agreste de Alagoas, identificando las formas de cuidado cotidianas presentes en el territorio. La investigación tiene como perspectiva la noción de salud y derechos humanos, en el entendimiento de la salud como un derecho fundamental garantizado a todo ser humano. En el estudio participaron 5 residentes de la comunidad que presentan antecedentes de agravio y/o enfermedad: 1 joven mujer, por encima de 18 años; 1 adulta, 2 ancianos e 1 anciana La investigación tuvo como instrumentos, diario de campo y entrevista semiestructurada. Las entrevistas fueron realizadas en las residencias de los participantes, después de transcritas fueron sometidas al análisis de contenido y presentadas tres trayectorias de cuidado presentes en el territorio, definidas como: Automedicación y religiosidad como alternativas a la salud; Té, hierbas y conocimientos populares como práctica de cuidado; Entre a la atención básica, las prácticas privatizadoras y las rezas. El segundo paso a la resolubilidad del agravio es la búsqueda por medicamentos en la UBS y el tercer paso la atención hospitalaria y servicios particulares. A pesar de haber en el territorio abarcamiento del servicio de salud el mismo no responde a las necesidades de la comunidad, siendo que la misma busca la resurrección de sus agravios en prácticas populares, automedicación y servicios privados de salud.