Objective: This research analyzed the joint spatial distribution and explored possible associations between epidemiological aspects and feminicide rates, in the municipalities of the State of Sergipe located into northeastern Brazilian. Methodology: An exploratory ecological study investigated the global spatial autocorrelation of epidemiological aspects with feminicide rates from municipalities of the State of Sergipe – Brazil (n= 75), in the 2013-2017 period, using the “global” and “local” Moran statistic method and a multiple spatial regression, having as variables of exposure the socioeconomic status, the demographic status, the services and health status, feminicide rates. The software used was Stata 11.0, SPSS 18.0 and GeoDa 0.95-i. Results: The spatial distribution of the femicide rates was not random and showed high spatial autocorrelation and predominance of significant spatial groupings of municipalities with the highest mortality rates due to feminicide in the central region of Sergipe State. In the multiple regression, the percentage of women heads of families and the Municipal Human Development Index were positively associated with the rates of femicide in Sergipe's municipalities in the studied period (p <0.05). The opposite situation occurred between the GINI Index and the rates of femicide. Conclusions: This is the first study that analyze the factors associated with the spatial clusters of feminicide rates in a geographical space where there is a predominance of patriarchal culture. There was an increase in femicide in locations where there is lowest social inequality, greater human development and greater authority exercised by women in the family environment.
Objetivo: Esta pesquisa analisou a distribuição espacial conjunta e explorou possíveis associações entre aspectos epidemiológicos e taxas de feminicídio, nos municípios do Estado de Sergipe, localizados no nordeste brasileiro. Metodologia: Um estudo ecológico exploratório investigou a autocorrelação espacial global de aspectos epidemiológicos com taxas de feminicídio em municípios do Estado de Sergipe - Brasil (n = 75), no período 2013-2017, utilizando a estatística de Moran “global” e “local” e uma regressão espacial múltipla, tendo como variáveis a condição socioeconômica, a situação demográfica, os serviços e estado de saúde, taxas de feminicídio. Os softwares utilizados foram Stata 11.0, SPSS 18.0 e GeoDa 0.95-i. Resultados: A distribuição espacial das taxas de feminicídio não foi aleatória e apresentou elevada autocorrelação espacial e predomínio de agrupamentos espaciais significativos de municípios com as maiores taxas de mortalidade por feminicídio na região central do Estado de Sergipe. Na regressão múltipla, o percentual de mulheres chefes de família e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal associaram-se positivamente às taxas de feminicídio nos municípios sergipanos no período estudado (p <0,05). Situação oposta ocorreu entre o Índice GINI e as taxas de feminicídio. Conclusões: Este é o primeiro estudo que analisa os fatores associados aos clusters espaciais das taxas de feminicídio em um espaço geográfico onde há predomínio da cultura patriarcal. Houve aumento do feminicídio em localidades onde há menor desigualdade social, maior desenvolvimento humano e maior autoridade exercida pelas mulheres no ambiente familiar.