RESUMO Objetivo: Investigar a adesão ao tratamento farmacológico de pacientes com artrite idiopática juvenil, atendidos na farmácia ambulatorial de hospital terciário do Nordeste do Brasil. Métodos: A análise da adesão foi feita junto aos cuidadores, por meio de questionário estruturado com base no teste de Morisky, Green e Levine, que viabilizou a categorização da adesão em “máxima”, “moderada” ou “baixa”, e da avaliação dos registros de dispensação dos medicamentos, que classificou a retirada de medicamentos na farmácia como “regular” ou “irregular”. Os problemas relacionados com medicamentos (PRM) foram identificados por meio da narrativa dos cuidadores e classificados conforme o Segundo Consenso de Granada. Em seguida, aplicou-se uma tabela de orientação farmacêutica, que contém informações sobre o esquema terapêutico, de forma a esclarecer questões que influenciavam a adesão. Resultados: Participaram 43 pacientes, com média de 11,12 anos, 65,1%, (n = 28) do sexo feminino. Por meio do questionário, verificou-se adesão “máxima” em 46,5% (n = 20) dos pacientes, “moderada” em 48,8% (n = 21) e “baixa” em 4,7% (n = 2). Pelo registro de dispensação, observou-se um nível de adesão menor: apenas 25,6% (n = 11) dos participantes receberam os medicamentos “regularmente”. Identificaram-se 26 PRM, 84,6% (n = 22) classificados como “reais”. Não foram observadas associações significativas entre as variáveis sociodemográficas e a adesão, embora alguns cuidadores tenham relatado dificuldade de acesso ao medicamento e de compreensão do tratamento. Conclusão: Nossos achados demonstraram falhas no processo de adesão, relacionadas ao descuido, esquecimento e à irregularidade para receber os medicamentos, o que reforça a necessidade de estratégias para facilitar a compreensão do tratamento e garantir a adesão
ABSTRACT Objective: The aim of this study was to investigate pharmacological treatment adherence of patients with juvenile idiopathic arthritis, attended in an outpatient pharmacy at a tertiary hospital in northeastern Brazil. Methods: The analysis of adherence was performed along with caregivers, through a structured questionnaire based on Morisky, Green and Levine, which enabled the categorization of adherence in “highest”, “moderate” or “low” grades, and through evaluating medication dispensing registers, which classified the act of getting medications at the pharmacy as “regular” or “irregular”. Drug Related Problems (DRP) were identified through the narrative of caregivers and classified according to the Second Granada Consensus. Then, a pharmaceutical orientation chart with information about the therapeutic regimen was applied, in order to function as a guide for issues that influenced adherence. Results: A total of 43 patients was included, with a mean age of 11.12 years, and 65.1% (n = 28) were female. Applying the questionnaire, it was found “highest” adherence in 46.5% (n = 20) patients, “moderate” adherence in 48.8% (n = 21), and “low” adherence in 4.7% (n = 2). Through an analysis of the medication dispensing registers, a lower level of adherence was observed: only 25.6% (n = 11) of the participants received “regularly” the medications. Twenty-six DRP was identified, and 84.6% (n = 22) were classified as real. There were no significant associations between socio-demographic variables and adherence, although some caregivers have reported difficulty in accessing the medicines and in understanding the treatment. Conclusion: Our findings showed problems in the adherence process related to inattention, forgetfulness and irregularity in getting medicines, reinforcing the need for the development of strategies to facilitate a better understanding of treatment and to ensure adherence.