Este artigo trata de um recorte de uma pesquisa maior sobre Antroposofia e Pedagogia Waldorf, que situa esta como uma contribuição para o paradigma educacional atual. O referencial teórico utilizado traz estudos epistemológicos de Rudolf Steiner e Marcelo da Veiga, compreendidos pela antropologia do imaginário de Gilbert Durand e pela antropologia da complexidade do conhecimento de Edgar Morin. O individualismo ético é apresentado como uma decorrência da teoria cognitiva proposta por Steiner e parte fundamental de sua cosmovisão na qual a Pedagogia Waldorf se insere. Traça-se um paralelo entre a revelação, tratada por Durand, na visão de homem tradicional, e o pensamento intuitivo, adquirido pela autorreflexão, proposta por Steiner como caminho de desenvolvimento individual. Ambos os caminhos pretendem conduzir a uma evolução da alma humana, através de um desenvolvimento cognitivo. Steiner descobre, por meio de seus estudos, a maneira de expressar, dentro do paradigma clássico vigente em sua época, como o ser humano pode conduzir seu conhecimento até a revelação espiritual, que ele denomina de pensamento intuitivo. Segundo Veiga (1996), Steiner abre uma possibilidade da ampliação cognitiva humana abordando os aspectos mentais e espirituais, pertencentes à noosfera, que podem vir a se revelar caso o homem desenvolva intencionalmente uma observação ampliada. Esta capacidade de observação amplia-se através de procedimentos e exercícios internos que partem do pensar racional.
This article is a fragment of a larger study on anthroposophy and Waldorf education, which places itself as a contribution to the current educational paradigm. The theoretical framework brings epistemological studies of Rudolf Steiner and Marcelo da Veiga, in the light of anthropology of imaginary by Gilbert Durand and the anthropology of knowledge complexity by Edgar Morin. The ethical individualism is presented as a result of the cognitive theory proposed by Steiner as a fundamental part of his worldview in which Waldorf education falls. It draws a parallel between the revelation, treated by Durand, in the traditional man's view, and intuitive thinking acquired by self-reflection, proposed by Steiner as path of individual development. Both ways lead to claim evolution of the human soul through a cognitive development. Steiner discovers through his studies, the way to express, within the classical paradigm prevailing in his time, how humans can lead their knowledge to spiritual revelation, which he called intuitive thinking. According to Veiga (1996), Steiner opens a possibility of human cognitive expansion addressing mental and spiritual aspects, belonging to the noosphere, which may ultimately be proved if man intentionally develops enlarged viewing. This observation capacity expands through internal procedures and exercises that depart from rational thinking.