OBJETIVO: investigar fatores determinantes da incidência de macrossomia em um estudo com mães e filhos atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no município do Rio de Janeiro. MÉTODOS: estudo de coorte prospectivo, com 195 pares de mães e filhos, em que a variável dependente foi a macrossomia (peso ao nascer >4.000 g, independente da idade gestacional ou de outras variáveis demográficas) e as independentes foram variáveis socioeconômicas, reprodutivas pregressas/do curso da gestação, bioquímicas, comportamentais e antropométricas. A análise estatística foi feita por meio de regressão logística múltipla. Foram estimados valores de risco relativo (RR) baseado na fórmula simples: RR = OR /(1 - I0) + (I0 versus OR), em que I0 é a incidência de macrossomia em não-expostos. RESULTADOS: a incidência de macrossomia foi de 6,7%, sendo os maiores valores encontrados em filhos de mulheres com idade >30 anos (12,8%), brancas (10,4%), com dois filhos ou mais (16,7%), que tenham tido recém-nascidos do sexo masculino (9,6%), com estatura >1,6 m (12,5%), com estado nutricional pré-gestacional de sobrepeso ou obesidade (13,6%) e ganho de peso gestacional excessivo (12,7%). O modelo final revelou que ter dois filhos ou mais (RR=3,7; IC95%=1,1-9,9) e ter tido recém-nascido do sexo masculino (RR=7,5; IC95%=1,0-37,6) foram as variáveis que permaneceram associadas à ocorrência de macrossomia. CONCLUSÕES: a incidência de macrossomia foi maior que a observada no Brasil como um todo, mas ainda é inferior à relatada em estudos de países desenvolvidos. Ter dois filhos ou mais e ter tido recém-nascido do sexo masculino foram fatores determinantes da ocorrência de macrossomia.
PURPOSE: to investigate factors accountable for macrosomia incidence in a study with mothers and progeny attended at a Basic Unity of Health in Rio de Janeiro, Brazil. METHODS: a prospective study, with 195 pairs of mothers and progeny, in which the dependent variable was macrosomia (weight at delivery >4,000 g - independent of the gestational age or of other demographic variables), and socioeconomic, previous pregnancies/gestation course, biochemical, behavioral and anthropometric, the independent variables. Statistical analysis has been done by multiple logistic regression. Relative risk (RR) values have been estimated, based on the simple form: RR=OR/ (1 - I0) + (I0 versus OR), in which I0 is the macrosomia incidence in non-exposed people. RESULTS: Macrosomia incidence was 6.7%, the highest value being found in the progeny of women >30 years old (12.8%), white (10.4%), with two or more children (16.7%), with male newborns (9.6%), with height >1,6 m (12.5%), with overweight or obesity as a nutritional pre-gestational state (13.6%), and with excessive gestational gain of weight (12.7%). The final model has shown that having two or more children (RR=3.7; CI95%=1.1-9.9), and having a male newborn (RR=7.5; CI95%=1.0-37.6) were the variables linked to the macrosomia occurrence. CONCLUSIONS: macrosomia incidence was higher than the one observed in Brazil as a whole, but inferior to the one reported in studies from developed countries. Having two or more children and a newborn male were the factors accountable for the occurrence of macrosomia.