Investiga-se o tema da depressão desde o referencial teórico psicanalítico, na obra de Sigmund Freud, Jacques Lacan e de alguns de seus comentadores. O tema é inicialmente introduzido a partir da psiquiatria, campo desde onde o conceito de depressão, tal como é concebido na atualidade, veio surgir. São abordados, criticamente, o diagnóstico atual, a fragilidade da hereditariedade como hipótese etiológica principal, a insuficiência de "marcadores biológicos" e os limites da quimioterapia. Em seguida, o tema é abordado na psicanálise, onde se conclui que a depressão como categoria diagnóstica que responderia a uma causalidade única, não existe. Em contrapartida, nesse campo reconhecem-se, por um lado, a universalidade dos fenômenos depressivos, passíveis de manifestação em qualquer categoria nosográfica e, por outro, a melancolia como um quadro que se fundamenta não a partir da tristeza, mas de mecanismos psicóticos específicos.
The subject of depression is researched based on the theoretical psychoanalysis. In Sigmund Freud’s, Jacques Lacan’s and some of their critics’ works, the subject is - in the beginning - introduced from psychiatry-field from which the concept of depression, as it is understood nowadays, was born. The current diagnosis, the fragility of inherited genes as the main cause-effect hypothesis, the lack of sufficient "biological labels" and the limits of therapy through chemical means, are all critically approached. Immediately, the subject is approached in psychoanalysis, in which it is concluded that depression, as a category-subject to be diagnosed and derived from a unique cause - does not exist. As a counterpart, in this field it is recognised that - if on the one hand the universality of depression phenomena apt to appear in any diagnostic category - on the other hand, melancholy as a pathology which was not born from sadness but from specific psychotic mechanisms, is also recognised.