Resumo O artigo apresenta e caracteriza os espaços residenciais fechados (ERF) na cidade da Matola, tendo em conta o acesso diferenciado e cada vez mais desigual à terra a partir dos processos que levam a sua implantação e ocupação. Com a intensificação de novos processos urbanos na cidade da Matola, verifica-se o crescimento da demanda por terra para implantar ERF, um novo modo de habitar em Moçambique no geral e na cidade da Matola em particular. Sua produção tem fins meramente comerciais e lucrativos, produzindo novos processos de desigualdade socioespacial. A análise é relevante, primeiro, pelo fato de os ERF serem elementos urbanos restritos a minorias, pelo elevado custo monetário de sua aquisição, tornando-os espaços de autossegregação. Segundo, pela contradição gerada pelo fato de, em Moçambique, a terra ser propriedade do Estado e sua venda ser proibida, mesmo sendo sua posse considerada uma condição de produção e a propriedade privada valorizada no modo de produção capitalista.
Abstract The main objective of this article is to characterize the closed residential spaces (CRS) in the Matola City, considering the differentiated and increasingly unequal access to land for its implementation and occupation. With the intensification of urban processes in Matola City, there is notable an increase in demand for land and implementation of CRS, which constitute a new way of living in Mozambique in general and in particular in Matola City, whose production is purely commercial and profitable. This analysis becomes relevant, first, because the CRS are urban elements restricted to minorities due to the high monetary values for their acquisition, making them spaces of self-segregation. Second, because the land is owned by the State of Mozambique, the sale of which is prohibited, even though its possession is considered a condition of production and private property is valued in the capitalist mode of production.
Resumen Este trabajo presenta y caracteriza los espacios residenciales cerrados (ERF) en la ciudad de Matola, teniendo en cuenta el acceso diferenciado y cada vez más desigual a la tierra para su implantación y ocupación. Con la intensificación de los procesos urbanos en la ciudad de Matola, aumenta la demanda por tierra para la implantación de los ERF que constituyen una nueva forma de habitar en Mozambique en general y en la ciudad de Matola en particular, cuya producción tiene fines puramente comerciales y lucrativos. El análisis adquiere relevancia, en primer lugar, porque los ERF son elementos urbanos restringidos a las minorías debido a los altos valores monetarios para su adquisición, lo que los convierte en espacios de autosegregación. En segundo lugar, porque la tierra es propiedad del Estado en Mozambique, cuya venta está prohibida, aunque su posesión se considere una condición de la producción y la propiedad privada valorizada en el modo de producción capitalista.