RESUMO O objetivo deste artigo foi avaliar a influência do alinhamento de preferências dos operadores por agregar ou desagregar no uso de informações gerenciais. Embora pesquisas apontem que informações contábeis têm potencial para apoiar o processo decisório, elas também sinalizam a utilização limitada. Entretanto, essas pesquisas basicamente investigaram aspectos como informações recebidas versus demandadas, tempestividade, aspectos legais e societários. Questiona-se se a divergência de preferências na forma de apresentação das informações, entre quem as elabora e quem as usa ou deveria usar, poderia também ser um fator explicativo. Assim, busca-se investigar, sob a lente da teoria da contabilidade mental (TCM), se existem diferenças nas preferências dos operadores que ajudem a explicar a pouca utilização das informações contábeis para apoiar o processo decisório. A relevância deste artigo é compreender melhor as razões da pouca utilização das informações contábeis para apoiar o processo decisório, apesar do seu potencial contributivo, visando a continuidade e a prosperidade das organizações. Como impacto na área, este artigo ajuda os preparadores a compreender e contemplar as demandas e preferências dos usuários, resultando em maior uso das informações. Assim, esperam-se decisões embasadas sem influência de oportunismos, aleatoriedade ou viés de quem as prepara. Operacionalizou-se um quase-experimento com 1.074 estudantes, sendo 550 de ciências contábeis (preparadores) e 524 de administração (usuários) de quatro universidades (públicas e privadas) do sul do Brasil. Trata-se de pesquisa empírica, quantitativa, descritiva e aplicada. Para análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva, regressões logísticas e análise de homogeneidade (homogeneity analysis by menos of least square - HOMALS). Os operadores (preparadores e usuários), na maioria dos cenários, apresentam preferência por desagregar as informações, independentemente se essas seguem ou não os pressupostos da TCM. Observa-se que a busca pelo volume informacional para tomada de decisão mais assertiva predomina sobre os ganhos psicológicos e a função de valor percebida pelo indivíduo. Quem prefere informações desagregadas dispõe-se a alinhar/utilizar informações contábeis para gestão.
ABSTRACT This article aimed to evaluate the influence of the alignment of operators’ preferences for aggregating or disaggregating on the use of managerial information. Although studies indicate that accounting information has the potential to support the decision-making process, they also point to its limited use. However, those studies have basically investigated aspects such as information received versus demanded, timeliness, and legal and corporate aspects. There remains the question of whether divergences in preferences regarding the way information is presented, between those who elaborate and those who use it, could also be an explanatory factor. Thus, this study sought to investigate, under the lens of Mental Accounting Theory (MAT), whether there are differences in operators’ preferences that help to explain the low use of accounting information to support the decision-making process. The relevance of this article lies in better understanding the reasons for the low use of accounting information to support the decision-making process, despite its contributive potential, seeking organizational continuity and prosperity. As an impact on the area, this article helps preparers to understand and contemplate users’ demands and preferences, resulting in greater use of information. The aim is for informed decisions to be taken without the influence of opportunisms, randomness, or the bias of whoever prepares the information. A quasi-experiment was operationalized with 1,074 students, 550 of accounting courses (preparers) and 524 of management courses (users) at four (public and private) universities in the south of Brazil. The study involves empirical, quantitative, descriptive, and applied research. For the data analysis, descriptive statistics, logistic regressions, and homogeneity analysis by means of alternating least squares (HOMALS) were used. In most of the scenarios, the operators (preparers and users) presented a preference for disaggregating the information, independently of whether they follow the assumptions of MAT or not. It was observed that the search for informational volume for more assertive decision making predominates over the psychological gains and the value function perceived by the individual. Those who prefer disaggregated information are willing to align/use accounting information for management.