Resumo O abacaxi é uma das frutas mais importantes, com grande produção em regiões tropicais e subtropicais e grande apreço por consumidores em todo o mundo. O abacaxizeiro tem muitas características morfológicas, anatômicas e fisiológicas específicas que determinam aspectos cruciais do seu manejo agronômico, como indução floral, uso de água e métodos vegetativos de propagação. A utilização da reprodução sexual do abacaxi é restrita a projetos de melhoramento genético realizados por institutos de investigação que procuram novos híbridos com características agronômicas melhoradas. As sementes só são produzidas se ocorrer polinização cruzada entre variedades. Comercialmente o abacaxi deve ser propagado por material vegetativo, uma reprodução assexuada, sem novas combinações de genes. Alguns tipos de mudas são naturalmente produzidos pelas plantas e chamados de material de plantio convencional. Sua disponibilidade e qualidade dependem de muitos fatores, especialmente a cultivar e as condições ambientais. As técnicas de manejo deste material têm sido desenvolvidas continuamente e serão abordadas. Além do material de plantio convencional, que em muitas situações não é suficiente para assegurar a expansão ou pelo menos a manutenção da área cultivada, vários outros métodos de propagação vegetativa do abacaxi têm sido estudados e disponibilizados ao longo das últimas décadas e também serão discutidos, incluindo técnicas de seccionamento do caule, destruição do ponto de crescimento apical e tratamento químico para a transformação de flores em plântulas. O seccionamento do caule tem sido especialmente interessante, pois é feito usando principalmente resíduos de plantas disponíveis a baixo custo e é um método bastante simples, adequado para a multiplicação e produção de material de plantio livre de doenças em viveiros. Os métodos de destruição do ponto de crescimento apical e de tratamento químico são menos praticados, mas podem ser aplicados em soqueiras, evitando assim a perda do fruto do primeiro ciclo. O tratamento químico geralmente resulta em plântulas bastante pequenas, que devem ser cultivadas em viveiros antes de plantá-las no campo. E, finalmente, a micropropagação será focada, pois a produção in vitro de plântulas tornou-se um método muito importante de multiplicação de novas variedades de abacaxi, mas este método ainda não foi transformado em uma prática comercial comum de propagação do abacaxi devido ao alto custo final e aos riscos ainda altos de ocorrência de variações somaclonais nas mudas produzidas.
Abstract Pineapple is one of the most important fruits, with large production in tropical and subtropical regions and great appreciation by consumers all over the world. The pineapple plant has many specific morphological, anatomical and physiological characteristics that determine crucial aspects of pineapple crop management, such as flower induction, water use and vegetative methods of propagation. The use of sexual reproduction of pineapple is restricted to breeding purposes carried out by research institutes looking for new hybrids with improved agronomic characteristics. Seeds are only produced if cross pollination among varieties occurs. Commercially pineapple has to be propagated by vegetative material, an asexual reproduction, without new combinations of genes. Some types of propagules are naturally produced by the plants and called conventional planting material. Its availability and quality depend on many factors, especially cultivar and environment. Management techniques of this material have been continuously developed and will be addressed. In addition to the conventional planting material, which in many situations is not sufficient to assure expansion or at least maintenance of the cultivated area, several other methods of vegetative propagation of pineapple have been studied and made available along the last decades and will also be discussed, involving techniques of stem sectioning, apical growing point gouging and chemical treatment for transformation of flowers into plantlets. Stem sectioning has been especially interesting, as it is mostly done using plant residues available at low cost, and is a rather simple method suited for multiplication and production of disease-free planting material in nurseries. Gouging and chemical treatment are less practiced, but can be applied in ratoon crops, thereby avoiding the loss of the first cycle fruit. Chemical treatment usually results in rather small plantlets, that must be further grown in nurseries before planting them in the field. And finally micropropagation will also be focused, as in vitro production of plantlets is a very important method of multiplication of new pineapple varieties, but this method yet has not been transformed into a common commercial way of pineapple propagation due to the final high cost and to the still high risks of incidence of somaclonal variations among the plantlets produced.