OBJETIVO: avaliar a frequência de resultados gestacionais e neonatais desfavoráveis em mulheres com rastreamento positivo e diagnóstico negativo para diabetes mellitus gestacional. MÉTODOS: trata-se de um estudo de corte transversal, retrospectivo e descritivo realizado entre 2000 e 2009. Foram incluídas no estudo 409 gestantes com rastreamento positivo para diabetes mellitus. As variáveis estudadas foram: maternas (idade, índice de massa corpórea, antecedente de cesárea, macrossomia ou diabetes mellitus em gestação anterior, antecedente pessoal e familiar de diabetes mellitus e hipertensão arterial crônica) e neonatais (poli-hidrâmnio, idade gestacional por ocasião do parto, prematuridade, cesárea, recém-nascido (RN) grande para idade gestacional (GIG), macrossomia, índice de Apgar, síndrome do desconforto respiratório, hipoglicemia e hiperbilirrubinemia). Inicialmente foi realizada análise descrita uni e multivariada para a ocorrência de fatores de risco e desfechos neonatais. Foram descritas as prevalências e respectivos intervalos de confiança a 95%. RESULTADOS: em 255 (62,3%) das gestantes a via de parto foi cesárea. Quanto aos resultados perinatais, 14,2% dos RN foram classificados como prematuros e 19,3% dos RN como GIG. Os fatores de risco correlacionados com RN GIG foram sobrepeso ou obesidade, idade materna e antecedente de macrossomia em gestação anterior. CONCLUSÕES: na população com fatores de risco positivos ou glicemia de jejum alterada na primeira consulta do pré-natal, mesmo com curva glicêmica normal observa-se taxa de RN GIG elevada assim como índice de cesárea acima dos valores habitualmente presentes nas populações consideradas de baixo risco. As grávidas com tais características constituem um grupo diferenciado.
PURPOSE: to determine the prevalence of adverse gestational and neonatal outcomes in women with a positive screening and negative diagnosis for gestational diabetes mellitus (GDM). METHODS: a retrospective descriptive cross-sectional study was conducted from 2000 to 2009 on 409 women with positive screening for GDM. The maternal variables studied were: age, body mass index, history of cesarean section, macrosomia or diabetes mellitus in a previous pregnancy and a personal or family history of diabetes mellitus and chronic arterial hypertension. The neonatal variables studied were: polyhydramnios, gestational age at birth, prematurity, cesarean delivery, large for gestational age (LGA) newborn, macrosomia, Apgar score, neonatal respiratory distress syndrome, hypoglycemia and hyperbilirubinemia. Uni- and multivariate descriptive analyses were first performed regarding risk factors and neonatal outcome and the prevalences and respective 95% confidence intervals were determined. RESULTS: the route of delivery was cesarian section in 255 cases (62.3%), preterm birth occurred in 14.2% of cases and 19.3% of the newborns were LGA. The risk factors correlated with LGA newborns were overweight or obesity, maternal age and a history of macrosomia in a previous pregnancy. CONCLUSIONS: a high rate of LGA newborns was observed in the population with positive risk factors or altered fasting glycemia on the occasion of the first prenatal visit, even when the glycemia curve was normal, with cesarean rates above those habitually observed in populations considered to be of low risk. Pregnant women with these characteristics represent a differential group.