Resumo: Este artigo dialoga com o debate contemporâneo sobre desdemocratização e autoritarismo argumentando que esses fenômenos não podem ser compreendidos de forma adequada sem que discutam as raízes da democracia moderna assentadas no capitalismo colonial. Na primeira metade do século vinte, algumas vozes no âmbito da teoria social chamaram a atenção para as possibilidades de regressão inscritas na civilização ocidental. A despeito disso, no pós-guerra prevaleceu um tom otimista em relação à democracia, à democratização e à consolidação democrática. Foi apenas mais recentemente que discussões sobre tendências regressivas voltaram a estar na ordem do dia. Ainda que consideremos que essas análises têm contribuído para lançar luz sobre tais tendências, argumentamos que elas não levam em conta que o lado luminoso da democracia, exibido com orgulho nos países centrais, foi conquistado ao preço de um lado oculto, que agora retorna e assombra o mundo.
Abstract: This article engages with the contemporary debate about de-democratization and authoritarianism, arguing that these phenomena cannot be properly understood without discussing the roots of modern democracy in colonial capitalism. In the first half of the twentieth century, some voices in social theory drew attention to possibilities for regression inscribed in Western civilization. Nonetheless, the prevailing tone of the postwar era was one of optimism regarding democracy, democratization and democratic consolidation. It was only more recently that discussions about regressive tendencies were placed on the table once again. Though we consider that these analyses have helped to shed light on such tendencies, we argue that they overlook the fact that the bright side of democracy - proudly exhibited in the core countries - was achieved at the cost of a concealed side, which has now returned to haunt the world.
Resumen: Este artículo dialoga con el debate contemporáneo sobre desdemocratización y autoritarismo, y plantea que estos fenómenos no pueden ser comprendidos adecuadamente si no se discuten las raíces de la democracia moderna asentadas en el capitalismo colonial. En la primera mitad del siglo veinte, algunas voces en el ámbito de la teoría social llamaron la atención sobre las posibilidades de regresión inscritas en la civilización occidental. Sin embargo, en la postguerra, prevaleció un tono optimista respecto de la democracia, la democratización y la consolidación democrática. Solo más recientemente discusiones sobre tendencias regresivas volvieron a figurar en el orden del día. Aunque consideremos que estos análisis arrojan luz sobre tales tendencias, planteamos que ellos no llevan en cuenta que el lado luminoso de la democracia, orgullosamente exhibido en los países centrales, fue obtenido al precio de un lado oculto, que ahora regresa y asombra el mundo.