Resumen Con el objetivo de investigar y comparar la autoestima y la percepción de la calidad de vida de mujeres voluntariamente sin hijos e infértiles, se realizó un estudio secuencial mixto. Los datos cuantitativos se obtuvieron de un cuestionario en línea que incluía preguntas sociodemográficas, la Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) y el WHOQOL-Bref. Participaron 132 mujeres, residentes en la Gran São Paulo, Estado de São Paulo, mayores de 50 años, que, independientemente del estado civil, no eran ni habían sido madres. De este grupo, siete mujeres participaron de la etapa cualitativa, que incluyó una entrevista semiestructurada y el uso del dibujo como técnica expresiva. Los temas identificados fueron analizados aplicando el referencial teórico de la Psicología Analítica. Los resultados cuantitativos globales indican que no existe una diferencia estadísticamente significativa entre las mujeres que optaron por no tener hijos y las mujeres infértiles, en términos de autoestima y percepción de la calidad de vida, estando ambas variables, en promedio, en el extremo superior de las escalas. Los informes y las producciones gráficas reforzaron los hallazgos cuantitativos en la medida en que, independientemente del grupo al que pertenecieran, la mayoría de las entrevistadas expresó satisfacción consigo mismas y con su trayectoria de vida. Desde una perspectiva junguiana, el conjunto de resultados apunta a la no maternidad, por elección o infertilidad, como una condición compatible con una de las tantas posibilidades de ser mujer.
Resumo Visando investigar e comparar a autoestima e a percepção sobre qualidade de vida de mulheres voluntariamente sem filhos e de mulheres inférteis foi realizado estudo misto sequencial. Os dados quantitativos foram obtidos por meio de questionário on-line que incluiu questões sociodemográficas, a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) e o WHOQOL-Bref. Participaram da pesquisa 132 mulheres, residentes na Grande São Paulo, SP, com idade superior a 50 anos, que, independentemente do estado civil, não eram nem haviam sido mães. Desse grupo foram selecionadas sete mulheres para participar da etapa qualitativa, que abrangeu entrevista semiestruturada e uso do desenho como técnica expressiva. Os temas identificados foram analisados a partir do arcabouço teórico da psicologia analítica. Os resultados quantitativos globais indicam não haver diferença estatisticamente significativa entre mulheres que optaram por não ter filhos e mulheres inférteis, em termos de autoestima e percepção sobre qualidade de vida, ambas as variáveis se encontrando, em média, no extremo superior das escalas aplicadas. Os relatos e produções gráficas reforçaram os achados quantitativos na medida em que, independentemente do grupo a que pertenciam, a maioria das entrevistadas expressou satisfação consigo mesmas e com a própria trajetória de vida. A compreensão, na perspectiva junguiana, do conjunto dos resultados aponta para a não-maternidade, por opção ou infertilidade, como uma condição compatível com uma das muitas possibilidades de ser mulher.
Abstract Aiming to investigate and compare self-esteem and perception of quality of life of voluntarily childless and infertile women, we carried out a sequential mixed study. Quantitative data came from an online questionnaire that included sociodemographic questions, the Rosenberg Self-Esteem Scale (EAR) and the WHOQOL-Bref. Participants were 132 women, residents of Greater São Paulo, SP, aged over 50 years, who, regardless of marital status, were not and had not been mothers. From this group, seven women participated in the qualitative stage, which included a semi-structured interview and the use of drawing as an expressive technique. The identified themes were analyzed by applying the theoretical framework of Analytical Psychology. Global quantitative results indicate that there is no statistically significant difference between women who chose not to have children and infertile women, in terms of self-esteem and perception of quality of life, both variables being, on average, at the upper end of the scales. Reports and graphic productions reinforced quantitative findings to the extent that, regardless of the group they belonged to, most interviewees expressed satisfaction with themselves and with their life trajectory. From a Jungian perspective, the set of results points to non-maternity, by choice or infertility, as a condition compatible with one of the many possibilities of being a woman.