INTRODUÇÃO: Diversas variações da timectomia podem ser realizadas, dentre elas a transesternal ampliada. A literatura sugere que, quanto mais extenso o procedimento para ressecção da glândula e tecidos do mediastino anterior, melhores os resultados e prognóstico. OBJETIVO: Avaliar retrospectivamente a resposta à timectomia ampliada em portadores de Miastenia gravis. MÉTODO: Foram avaliados 46 portadores de Miastenia gravis, submetidos à plasmaferese pré-operatória e à timectomia ampliada, entre agosto de 1992 e janeiro de 2003, divididos em três grupos, segundo o tempo decorrido desde o início dos sintomas: menor que 12 meses, 13 a 24 meses e maior que 25 meses. RESULTADOS: Trinta e um pacientes eram do sexo feminino e 15 do masculino. A média de idade foi de 30 anos. O tempo médio de evolução da doença foi de 26,3 meses. O acompanhamento ambulatorial pós-operatório foi em média de 26,6 meses. Quanto ao grau de resposta à timectomia, 89% dos pacientes tiveram boa resposta, sendo que 50% apresentaram remissão completa. Ocorreu um óbito nesta série. O exame anatomopatológico demonstrou que a hiperplasia tímica foi o achado mais freqüente. Apenas 3 pacientes (6,5%) apresentaram timomas benignos. Em 5 pacientes (10,8%) encontramos tecido tímico extraglandular: na gordura peritímica em 2 deles, na gordura pericárdica em 1, junto ao nervo frênico esquerdo em outro e na janela aorto-pulmonar em outro. CONCLUSÃO: A timectomia ampliada para tratamento da Miastenia gravis mostrou-se segura, eficiente, e apresentou alta porcentagem de remissão completa. Houve a detecção de tecido tímico extraglandular em alguns pacientes. Tão logo seja feito o diagnóstico, está indicada como terapêutica associada à plasmaferese pré-operatória e à medicamentosa, independentemente da idade, patologia tímica, e início dos sintomas.
BACKGROUND: Extended thymectomy is one of several types of thymectomy. Literature suggests that the outcome and prognosis will be enhanced by performing a more extensive resection of the gland and of the anterior mediastinum tissue. OBJECTIVE: To retrospectively evaluate response of MG patients to extended thymectomy. METHOD: From August 1992 to January 2003, forty-six MG patients were submitted to preoperative plasmapheresis and extended thymectomy. According to the time elapsed since onset of symptom they were divided into three groups; < 12 months, 13 to 24 months, and > 25 months. RESULTS: There were 31 female and 15 male patients, mean age 30 years and average evolution time 26.3 months. Outpatient post-operative follow-up was on the average of 26.6 months. Level of response was good, 50% had full remission and a further 39% had good response. There was one death. The most common histopathology finding was thymic hyperplasia. Only 3 patients (6.5%) had benign thymomas; 5 (10.8%) had extra glandular thymic tissue: 2 in the perithymic fat and 3 in the pericardiac fat adjacent to the left phrenic nerve and aortal-pulmonary window. CONCLUSION: Treatment of MG by extended thymectomy is safe and efficient with high levels of complete remission. Extra glandular thymic tissue was found in some patients. As soon as diagnosis is completed, thymectomy is indicated together with plasmapheresis and medication, independent of age, onset of symptoms, and thymus pathology.